Fármacos para hipertensão não aumentam risco de depressão
Cientistas da Dinamarca descobriram num estudo recente que nenhum dos 41 medicamentos mais comuns para a tensão arterial elevada aumentou o risco de depressão, enquanto nove medicamentos pareciam baixá-lo.
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Durante o estudo, publicado no Hypertension: Journal of the American Heart Association, foram avaliados dados de mais de 3,7 milhões de adultos que tomaram qualquer um dos 41 medicamentos para a tensão arterial mais comummente prescritos, sendo excluídos os doentes a quem tinha sido diagnosticada depressão ou previamente receitados antidepressivos.
As principais categorias de medicamentos para baixar a pressão arterial que foram analisadas foram os agentes de angiotensina, antagonistas dos canais de cálcio, bloqueadores beta e diuréticos.
A análise verificou que nenhum dos 41 medicamentos mais comuns para a tensão arterial elevada aumentou o risco de depressão.
Observou-se também que nove medicamentos reduziram significativamente o risco de depressão: dois de 16 agentes de angiotensina, três de dez antagonistas dos canais de cálcio e quatro de 15 bloqueadores beta. Os medicamentos diuréticos não mostraram qualquer impacto no risco de depressão.
Os nove medicamentos individuais para a hipertensão arterial que reduziram significativamente o risco de depressão foram o enalapril e ramipril (agentes de angiotensina), amlodipina, verapamil e combinações de verapamil (antagonistas dos canais de cálcio) e propranolol, atenolol, bisoprolol e carvedilol (bloqueadores beta).
É possível que o mecanismo envolvido na diminuição do risco de depressão seja o efeito anti-inflamatório entre estes nove medicamentos, sendo que no futuro, será importante comparar as propriedades inflamatórias destes nove medicamentos que diminuíram o risco de depressão, consideram os autores do estudo.
Segundo os cientistas, os resultados do estudo podem ajudar a orientar as prescrições para doentes com tensão arterial alta que estão em risco de desenvolver depressão, aqueles com depressão ou ansiedade prévia, e doentes com histórico familiar da doença.