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COVID-19: é “quase inevitável” segunda vaga em setembro

Atualmente, são já muitos os países que, depois da epidemia ter parecido estagnar e dar tréguas, voltaram a registar um aumento no número de infeções e mortes devido à COVID-19, o que sugere o começo de uma segunda vaga da doença. É o caso de Espanha, Austrália, França, Holanda e Portugal parece mesmo que não vai escapar à tendência.

COVID-19: é “quase inevitável” segunda vaga em setembro

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Contudo, a questão da segunda vaga é relativa e depende muito da interpretação de cada autoridade de saúde ou especialista. Se para uns ainda estamos no final da primeira vaga, outros dizem que já chegou a segunda e outros dizem ainda que o conceito nem existe.

Pasi Penttinen, especialista em imunização do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC, na sigla em inglês), disse, citado pelo jornal Observador, que “estamos no meio da primeira onda na Europa e globalmente. Só vimos declínios [no número de casos] na Europa, por causa das medidas de distanciamento físico”.

“O vírus não mudou a dinâmica. No momento em que relaxarmos essas medidas, vão criar-se oportunidades para o vírus se espalhar novamente”, disse o perito, sublinhando que este cenário acontece também em Portugal, onde depois do pico da epidemia, se chegaram a registar apenas 92 casos diários, números que voltaram a aumentar assim que o confinamento terminou.

Ainda assim, no caso de Portugal, o aumento foi sempre controlado, com o número de casos diários a nunca exceder os 500 desde maio até agora e também a nunca ser inferior a 106.

Miguel Castanho, líder do grupo de bioquímica física de fármacos no Instituto de Medicina Molecular (IMM), defende, também em declarações ao Observador, que o conceito ‘segunda vaga’ não existe. “É uma muleta que nos ajuda a expressar a ideia de que, nas doenças infectocontagiosas, há uma fase de grande expansão, depois há uma retração e pode haver uma nova expansão. A essa nova expansão chamamos segunda vaga”.

O momento da epidemia em que Portugal se encontra varia tanto quanto o conceito de ‘segunda vaga’. Gabriela Gomes, epidemiologista, investigadora da Escola de Medicina Tropical de Liverpool e do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto, considera que “estamos na segunda onda”.

Já Manuel Carmo Gomes, professor de epidemiologia de doenças transmissíveis da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, acredita que “estamos no fim da primeira vaga”. O especialista considera que no próximo mês de setembro a segunda vaga poderá chegar, com o regresso às aulas e ao trabalho e também com o frio do inverno.

Miguel Castanho também prevê uma segunda vaga no inverno. “Num raciocínio lógico, dir-se-ia que, sendo este um vírus respiratório e não tendo desaparecido no verão, é plausível que no inverno tenhamos mais casos por termos condições mais propícias à infeção”, disse.

Fonte: Observador

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