PANDEMIA

Confirmada redução da atividade assistencial durante a pandemia

A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) avaliou o impacto da pandemia de COVID-19 na atividade assistencial dos estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde e confirmou que, de facto, como se estimava, houve uma redução generalizada das consultas médicas hospitalares e nos cuidados de saúde primários, da atividade cirúrgica, dos internamentos e das urgências hospitalares.

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A avaliação permitiu ainda confirmar que o número de estabelecimentos de natureza privada, cooperativa e social em funcionamento, em diversas tipologias de cuidados de saúde, nomeadamente de unidades de medicina dentária, diminuiu durante este período.

Por outro lado, no âmbito das análises clínicas, a ERS procedeu ao registou de quatro novos laboratórios e 78 novos postos de colheita.

O último relatório de monitorização da ERS, relativo ao mês de julho, debruça-se sobre o impacto da pandemia de COVID-19 no sistema de saúde, abrangendo o período de março a junho deste ano.

“O difícil enquadramento gerado pela situação de pandemia teve resultado imediato no sistema de saúde, sendo visível a queda acentuada da atividade programada e não programada na rede de estabelecimentos do SNS, sobretudo em virtude das alterações aplicadas à organização e prestação de cuidados de saúde, de modo a prepará-lo para responder à pressão a que poderia vir a ser sujeito, em função da evolução da pandemia”, pode ler-se no documento.

As consultas médicas hospitalares presenciais caíram 31 por cento em maio, 35 por cento em abril e 16 por cento em março. Entre estas, diminuiu também a percentagem de primeiras consultas (-9 por cento em abril). Em contrapartida, aumentou significativamente o volume de consultas por telemedicina, tendo atingido os 52 por cento, também em abril.

A atividade cirúrgica na rede hospitalar do SNS registou também uma redução significativa a partir de março, com o volume de cirurgias programadas em abril e maio a ficar, respetivamente, 78 e 57 por cento abaixo dos períodos homólogos de 2019. Embora com menor impacto, também as cirurgias urgentes registaram uma diminuição de 23 por cento em abril face ao mesmo mês do ano passado.

No que diz respeito às entidades do setor privado, cooperativo e social, a ERS estima uma redução de cerca de 40 por cento das cirurgias.

Os internamentos médicos e cirúrgicos de doentes agudos no SNS registou quedas na ordem dos 15, 38 e 32 por cento, em março, abril e maio, respetivamente.

O número de episódios de urgência hospitalar foi 37, 52 e 45 por cento inferior nos meses de março a maio, por comparação com os períodos homólogos em 2019.

Também nos cuidados primários se verificou uma descida muito significativa da atividade assistencial, desde o início da pandemia. O número de consultas médicas presenciais, que tivera já pequenas reduções nos primeiros meses do ano, diminuiu 33, 73 e 66 por cento nos meses de março, abril e maio, respetivamente.

Nos mesmos meses, também o número de consultas de enfermagem presenciais foi substancialmente inferior nos meses de março, abril e maio, face aos períodos homólogos do ano anterior.

Quanto às consultas médicas ao domicílio, estas sofreram também uma redução abrupta, que atingiu os 70 e os 63 por cento, respetivamente, em abril e maio.

Em contrapartida, tal como nos hospitais, também nos cuidados primários houve um grande aumento face a 2019, em todo o período em análise, do número de consultas - médicas e de enfermagem - não presenciais, que chegou a mais do que duplicar em abril.

Neste contexto, a ERS realça também o aumento muito relevante do número de unidades de telemedicina, o que, em termos globais, faz com que não tenha havido uma grande variação no número total de estabelecimentos registados no Sistema de Registo de Estabelecimentos Regulados da ERS (SRER) no período em análise.

Fonte: ERS

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