Consumo de álcool diminui no confinamento
O confinamento e o distanciamento social tiveram um impacto considerável no consumo de álcool, revelou um inquérito nacional realizado pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD).
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O inquérito, agora divulgado, revela que foram mais aqueles que diminuíram o consumo de bebidas alcoólicas do que aqueles que o aumentaram no período de confinamento gerado pela pandemia de COVID-19.
De acordo com este inquérito, realizado entre abril e maio, o confinamento levou a que 42 por cento das pessoas bebessem menos, por falta da habitual companhia ou por desejo de terem um estilo de vida mais saudável.
O estudo, que abrangeu 950 consumidores de álcool com 18 ou mais anos de idade, que responderam às perguntas via internet, e que visa avaliar o impacto da pandemia de COVID-19, nos padrões de consumo de bebidas alcoólicas, revela que, durante o período de confinamento, 21 por cento das pessoas passaram a beber mais, enquanto 37 por cento continuaram a beber o mesmo.
Perante os resultados, o SICAD assinala que a pandemia de COVID-19, “acabou por ter consequências pouco nefastas, apesar de alguns agravamentos dos consumos”, sobretudo em pessoas que “declaram ter ou ter tido problemas relacionados com o consumo de álcool”, que “tendem a ser um grupo de particular risco em situações como esta”.
Entre as pessoas que passaram a beber menos estão os mais jovens (com idades entre os 18 e os 24 anos), os estudantes, quem continuou a sair de casa para trabalhar, possui menos qualificações académicas, vive em agregados familiares de maior conflitualidade, bebia numa base mensal e nunca teve problemas com o álcool.
As razões invocadas pelos inquiridos para beber menos são o não ter a companhia das pessoas com quem costumava beber (45 por cento), o gostar de beber apenas fora de casa, em ambiente festivo (35 por cento) e o procurar um estilo de vida mais saudável possível devido à pandemia (34 por cento).
O beber com menos frequência (33 por cento), a abstinência (26 por cento), a ingestão de bebidas com menor teor alcoólico (20 por cento) e em menor quantidade numa ocasião (20 por cento) são as alterações de comportamento de consumo apontadas pelas pessoas que passaram a beber menos durante o confinamento.
O inquérito sobre a ingestão de bebidas alcoólicas é parte de um estudo mais abrangente. Durante o estado de confinamento que o país atravessou, o SICAD disponibilizou um inquérito online com o objetivo de analisar quais as alterações no consumo de substâncias psicoativas e a utilização da internet e de videojogos durante o período da pandemia de COVID-19, ainda só foi divulgado o resultado do consumo de álcool.