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Cientistas da UP apostam nas nanopartículas para combater COVID-19

Incorporar nanopartículas em materiais têxteis (lençóis, batas e máscaras) que permitam destruir o SARS-CoV-2 é o conceito por detrás do projeto inovador de uma equipa da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP), no âmbito do Laboratório Associado para a Química Verde (LAQV, REQUIMTE), para combater a COVID-19.

Cientistas da UP apostam nas nanopartículas para combater COVID-19

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Liderado por Salette Reis, docente da FFUP e investigadora do LAQV, o projeto ‘nano2Prevent’ tem por base a utilização da nanotecnologia, com o objetivo de prevenir a infeção e controlar a transmissão do novo coronavírus, especialmente em hospitais e lares, destaca a instituição de ensino no seu portal de notícias.

A ideia surgiu logo após o encerramento da FFUP devido à pandemia, e reuniu sete investigadoras doutoradas do LAQV, REQUIMTE a trabalhar na FFUP, às quais se juntaram mais duas: uma do Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil da Universidade do Minho e outra do Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal (Citeve).

A equipa uniu áreas científicas como a física, química, microbiologia, bioquímica, biotecnologia e ciências farmacêuticas promovendo a multidisciplinaridade e complementaridade, e também a colaboração com especialistas da área têxtil.
Tendo por base a nanotecnologia, o nano2Prevent inclui duas formulações distintas. A primeira prevê a incorporação de nanopartículas em materiais têxteis, utilizados em equipamentos de proteção individual e roupas de cama, promovendo a inativação do vírus após contacto.
Já a segunda formulação baseia-se na otimização de nanopartículas, tendo em vista a sua pulverização em superfícies de forma a permitir a visualização da presença do vírus.

Está igualmente pensada a futura combinação das duas formulações numa única, que concorra para a simultânea deteção e inativação do SARS-CoV-2, permitindo não apenas a eliminação do vírus, mas também a identificação de possíveis focos de contaminação em ambiente hospitalar e em lares.

Para Salette Reis, o sucesso do projeto torna-se relevante em diferentes contextos. Numa perspetiva de saúde pública, o projeto quer oferecer “um sistema de prevenção que possa ser uma ferramenta útil para minimizar o impacto desta pandemia, em particular no meio hospitalar e em lares”.

Já no campo da ciência, a investigadora e docente da FFUP reforça a ideia de que, com este projeto, estamos perante “um momento marcante em que o nosso conhecimento e proatividade servem a sociedade tornando bem claro o papel da ciência na vida de todos”. Como resposta urgente à pandemia, permite a utilização imediata dos materiais têxteis existentes e revesti-los com as nanopartículas.

O nano2Prevent (Nanoparticles to prevent SARS-CoV-2 transmission) está integrado na lista de 12 projetos liderados por investigadores da Universidade do Porto, contemplados na segunda edição da iniciativa “Research 4 Covid-19”, a linha de financiamento criada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) para apoiar projetos de I&D que sustentem o combate ao impacto da COVID-19.


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