POLUIÇÃO

Poluição do ar pode aumentar risco de parto prematuro

Mulheres grávidas expostas à poluição do ar ou às ondas de calor correm um risco maior de ter um bebé prematuro ou com baixo peso, segundo uma nova revisão realizada por cientistas do Southern California Permanente Medical Group, nos Estados Unidos.

Poluição do ar pode aumentar risco de parto prematuro

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A revisão de 68 estudos realizados nos Estados Unidos constatou que a grande maioria chegou à mesma conclusão: os bebés corriam maior risco quando as suas mães viviam em áreas com pior qualidade do ar ou calor mais intenso.

Os 68 estudos envolveram um total de quase 32,8 milhões de nascimentos. Dos 57 estudos que analisaram a poluição do ar, 84 por cento descobriram que mulheres em áreas mais poluídas corriam maior risco de ter um resultado negativo na gravidez. O mesmo aconteceu em nove dos dez estudos sobre exposição ao calor.

A maioria dos estudos analisou o risco de os recém-nascidos serem prematuros ou com baixo peso. Porém, alguns examinaram natimortos e encontraram um risco maior com maior exposição à poluição do ar ou ao calor.

Os estudos não conseguiram medir a exposição real das mulheres grávidas a poluentes nas suas vidas diárias. Em vez disso, analisaram padrões mais amplos, como se os partos prematuros eram mais comuns em códigos postais com pior qualidade do ar.

Os cientistas explicam que é difícil separar os efeitos da poluição do ar ou do calor de muitos outros fatores que afetam os resultados da gravidez, no entanto, alertam que uma quantidade crescente de dados demonstra essa associação.

Além disso, existem razões biológicas para que tanto o ar poluído quanto as altas temperaturas possam ser arriscadas para as futuras mães.

Os pequenos pedaços de partículas presentes na poluição do ar podem ser inalados profundamente nos pulmões e causar inflamação generalizada no corpo. Mulheres com problemas de saúde crónicos, como asma, podem ser particularmente suscetíveis. Tendo em conta esta realidade, a revisão constatou que a ligação entre poluição do ar e complicações na gravidez era mais forte entre as mulheres com asma.

O calor excessivo é um problema porque a gravidez altera a capacidade do corpo de regular a temperatura. Estudos já realizados sugerem que o calor pode contribuir para o trabalho de parto prematuro ou baixo peso ao alterar o fluxo sanguíneo para a placenta ou causar desidratação.

Os cientistas destacam que a mudança climática é, de facto, uma questão de saúde pública que precisa de uma resposta social. Em geral, mulheres de baixa renda e mulheres negras têm as maiores taxas de nascimento prematuro e baixo peso ao nascer nos Estados Unidos. Elas também são expostas desproporcionalmente à poluição do ar, e, geralmente, têm menos recursos para se protegerem de vários riscos.


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