Maratona da Saúde distingue trabalho sobre glioblastoma multiforme
Maria do Carmo Pereira, professora e investigadora da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), acaba de ser distinguida com o Prémio Maratona da Saúde para a Investigação em Cancro, destaca a instituição de ensino no seu website oficial.
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O reconhecimento chega graças ao projeto que está a ser desenvolvido por um grupo de investigadores por si liderado, sobre o uso da nanotecnologia no tratamento do cancro do cérebro.
“O glioblastoma multiforme é o tipo mais comum e invasivo de tumor cerebral maligno e apresenta alta mortalidade, sendo que a esperança média de vida é de cerca de um ano após diagnóstico”, admite a investigadora do Laboratório de Engenharia de Processos, Ambiente, Biotecnologia e Energia (LEPABE) da FEUP.
“A substância temozolomida é o medicamento mais usado para o seu tratamento, mas, tal como muitos outros medicamentos usados em quimioterapia, apresenta várias limitações como alta toxicidade e baixa eficácia. Um dos fatores que limita a sua atividade farmacológica é a existência de enzimas com capacidade de reverter os efeitos da temozolomida, conferindo resistência à terapia”, esclarece a investigadora da FEUP, citada pelo portal Notícias UP.
Empenhados em encontrar soluções para este problema, a equipa de investigadores liderada por Maria do Carmo Pereira desenvolveu nanopartículas para a administração em simultâneo da temozolomida e de uma molécula capaz de diminuir a resistência das células à terapia.
Em estudos prévios, estes investigadores obtiveram evidências de que estas nanopartículas permitem diminuir a resistência à ação terapêutica da temozolomida em modelos celulares.
Além do reconhecimento pela comunidade científica, a Maratona da Saúde atribuiu um prémio no valor de 20 mil euros ao projeto. Com este financiamento, os investigadores vão poder testar a eficácia e a segurança destas partículas em animais.
A investigadora da FEUP espera que este projeto “permita futuramente avançar para uma estratégia efetiva para superar as limitações das terapias para o glioblastoma atualmente disponíveis”.
Organizada em parceria com a Fundação para a Ciência e Tecnologia, a Maratona da Saúde visa fomentar o conhecimento e a descoberta de soluções terapêuticas inovadoras. A edição deste ano reuniu – através de donativos recolhidos num espetáculo de televisão solidário na RTP – 40 mil euros para investir em projetos de investigação sobre o cancro.
Foram analisadas 109 candidaturas entre as quais se distinguiram o trabalho de Maria do Carmo Pereira, na categoria sénior, e de Adriana Sanchéz Danés, da Fundação Champalimaud, na categoria júnior, com um projeto de identificação das células tumorais no cancro pediátrico que são resistentes à terapia.