Exercício físico eficaz contra disfunções cognitivas na EM
Cientistas da Fundação Kessler, nos Estados Unidos, analisaram de forma aprofundada possíveis métodos de tratamento para a disfunção cognitiva causada pela esclerose múltipla (EM). O estudo foi publicado na revista Nature Reviews Neurology.
A disfunção cognitiva é um sintoma comum e incapacitante da EM, e afeta dois terços dos doentes, causando dificuldades na gestão financeira, no desempenho das tarefas domésticas e no funcionamento na comunidade e no local de trabalho.
O diagnóstico e a gestão das disfunções cognitivas nos doentes com EM continuam a ser inadequados, por isso os investigadores realizaram análises detalhadas de diferentes abordagens de tratamento para o sintoma, incluindo a reabilitação cognitiva, o exercício e a farmacoterapia.
A reabilitação cognitiva é eficaz na disfunção cognitiva relacionada com a EM e pode conferir efeitos duradouros, sendo provável que o acesso à terapia de reabilitação cognitiva aumente com o crescimento de opções remotas de tratamento, considera John DeLuca, um dos autores do estudo.
A investigação também comprovou que praticar exercício melhora a função cognitiva e a mudança positiva na vida quotidiana das pessoas que vivem com EM.
Os autores do estudo defendem a prática de exercício como o padrão de cuidados a prestar aos indivíduos com EM, e estimam que este possa ser implementado como padrão nos próximos dez anos. Estes destacam ainda que para se desenvolverem protocolos de tratamento, é necessário determinar a altura, a frequência e a duração do exercício praticado.
Os cientistas verificaram ainda que as atuais abordagens farmacoterapêuticas foram de benefício limitado para os sintomas cognitivos da EM e que, até à data, nenhum dos medicamentos ou terapias modificadoras da doença disponíveis para a EM está indicado para o tratamento de disfunções cognitivas.