GASTROENTEROLOGIA

Há mais genes no microbioma intestinal do que estrelas que vemos

O microbioma intestinal, composto pelos genes de dezenas de triliões de microrganismos que habitam no nosso intestino, foi o tema escolhido para assinalar, no dia 29 de maio, o Dia Mundial da Saúde Digestiva.

Há mais genes no microbioma intestinal do que estrelas que vemos

CRIANÇAS E ADOLESCENTES

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A World Gastroenterology Organisation (WGO) pretende, desta forma, homenagear este património genético tantas vezes menosprezado, mas que desempenha um papel primordial na saúde humana.

Sabe-se hoje, por exemplo, que o microbioma intestinal pode ajudar a prevenir e regular infeções em todo organismo, desde problemas respiratórios, doenças metabólicas, inflamatórias, trato urinário, alergias, até a doenças do próprio intestino, de que é exemplo a síndrome do intestino irritável.

O objetivo da WGO é o de chamar a atenção para o papel que o microbioma intestinal tem na saúde humana em geral e de como desempenha uma função muito mais nobre do que apenas a de ajudar na digestão e na absorção de nutrientes.

Por outro lado, pretende, com a escolha deste tema, estimular o conhecimento de uma área com um elevado potencial de investigação e aplicação clínica. Considera, por isso, que a modulação do microbioma intestinal pode constituir-se como uma ferramenta de diagnóstico e terapêutica que pode ser potenciada por várias especialidades e não apenas a de Gastroenterologia.

Cientistas do Harvard Medical School e do Joslin Diabetes Center acreditam que pode haver mais genes no microbioma humano do que estrelas observáveis no universo. No estudo que publicaram em agosto do ano passado, na revista Cell Host & Microbe, referem que a maior parte destas bactérias estão no intestino e que tem um perfil único em cada pessoa, ou seja, é a nossa impressão digital. O nosso microbioma intestinal pode ter mais de mil espécies de bactérias diferentes, mas apenas 150 a 170 predominam em cada pessoa, o que tem um impacto direto na saúde.

A composição do microbioma evolui ao longo de toda a nossa vida, desde o nascimento até a velhice e é o resultado de diferentes influências externas. Uma dieta diversificada, associada a hábitos de vida saudável, terá um impacto positivo no aparelho digestivo e no resto do organismo, favorecendo o aumento da presença de bactérias protetoras.

O consumo de prebióticos e probióticos otimiza o microbioma e corrige possíveis desequilíbrios. Os prebióticos são o alimento para os microrganismos e estão naturalmente presentes em vegetais e frutas como alho, cebola, espargos, tomate, banana, ameixa e maçã; em grãos e cereais como farelo, nozes e amêndoas.

Já os probióticos são microrganismos que conferem benefícios para a saúde, desde o conforto digestivo à regulação do sistema imunitário, compensando agressões externas como o stress, a má alimentação ou toma de antibióticos.

Muitos probióticos são provenientes de bactérias tradicionalmente usadas para fermentar alimentos. Estes microrganismos podem ser encontrados em iogurtes e leites fermentados, ou em suplementos/medicamentos.

Fonte: World Gastroenterology Organisation (WGO)

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