Desnutrição aumenta risco de COVID-19
A desnutrição está a tornar centenas de milhões de pessoas em todo o mundo mais vulneráveis à doença por coronavírus, alertou um novo relatório apoiado pela Organizações das Nações Unidas (ONU).
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O Relatório Global de Nutrição 2020, uma avaliação anual independente de alimentos e nutrição, disse que a maioria das pessoas não tem acesso a alimentos saudáveis ou não os pode pagar.
De acordo com o relatório, a desigualdade nutricional ameaça a saúde de cerca de 820 milhões de pessoas. Essa desigualdade existe globalmente, com mais sistemas agrícolas favorecendo alimentos baratos e altamente processados do que a nutrição.
“Todas as pessoas merecem ter acesso a alimentos saudáveis, acessíveis e nutrição de qualidade”, disseram os investigadores num sumário executivo. “Esse acesso é dificultado por desigualdades mais profundas que surgem de sistemas e processos injustos que estruturam as condições de vida quotidianas”, acrescentam.
A desnutrição generalizada tornou muitos ainda mais suscetíveis a contrair a COVID-19, disseram os peritos.
“A ênfase do Relatório Global de Nutrição no bem-estar nutricional para todos, principalmente os mais vulneráveis, tem um significado maior diante dessa nova ameaça global. A necessidade de sistemas alimentares e de saúde mais equitativos, resilientes e sustentáveis nunca foi tão urgente”, observaram.
O estudo refere que há uma necessidade séria de uma “agenda pró-equidade que integre a nutrição” entre sistemas inadequados de alimentos e saúde.
“Com apenas cinco anos para cumprir as metas globais de nutrição para 2025, o tempo está a esgotar-se”, afirma o relatório de 168 páginas. “Devemos focar-nos em ações onde a necessidade é maior para obter o máximo impacto”, frisa o documento.
De acordo com a auditoria, uma em cada nove pessoas no mundo está com fome, enquanto uma em cada três está acima do peso ou é obesa, principalmente nos países mais ricos.
Novas análises mostram que os padrões globais e nacionais ocultam as desigualdades entre países e comunidades, com os grupos vulneráveis a serem os mais afetados.
“O baixo peso persiste nos países mais pobres, com uma taxa dez vezes maior em comparação aos países mais ricos. Em contraste, o excesso de peso e a obesidade prevalecem nos países mais ricos, até cinco vezes mais”, conclui o documento.