CARDIOLOGIA

COVID-19: complicações cardíacas são raras em idade pediátrica

Perante notícias divulgadas nos meios de comunicação sobre casos de síndrome inflamatória em crianças associada à infeção por COVID-19, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) afirma que estes são “extremamente raros” e que não há razão para alarmismo.

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As Sociedades científicas do Reino Unido e Espanha emitiram recentemente alertas que dão nota do aparecimento de alguns casos raros de crianças que são internadas por um quadro clínico grave e invulgar.

Tratam-se de doentes que têm um contexto epidemiológico de contacto com a doença COVID-19, por vezes com teste de PCR ou anticorpos positivos para SARS-CoV-2. De acordo com a SPC, “a apresentação clínica destes doentes em idade pediátrica consiste numa síndrome inflamatória sistémica grave que envolve vários órgãos e sistemas, incluindo sintomas gastrointestinais como dor abdominal e lesões cutâneas, e eventual sobreposição de miocardite e alguns sinais de síndrome de Kawasaki”.

Segundo os especialistas desta sociedade científica, “este quadro clínico sugere uma síndrome de choque tóxico que habitualmente requer internamento em cuidados intensivos” e, de acordo com os dados disponíveis, trata-se de um quadro que, com contexto da pandemia, “em idade pediátrica é apenas muito raramente grave”.

“Não temos, à data em que escrevemos este texto, conhecimento de nenhuma fatalidade no contexto desta eventual nova apresentação da COVID-19”, esclarece em comunicado a SPC.

Quanto à doença de Kawasaki, explica que se trata de “uma vasculite inflamatória sistémica rara, de causa ainda não esclarecida - provavelmente secundária a agentes infeciosos - que causa uma síndrome clínica em crianças geneticamente suscetíveis, podendo condicionar envolvimento coronário em 5-10 por cento dos casos tratados”, sendo muito raro estes doentes necessitarem de cuidados intensivos em fase aguda.

“Não existe, neste momento, nenhuma evidência científica que sugira que doentes que tenham tido doença de Kawasaki no passado estejam agora mais suscetíveis de contrair a COVID-19”, acrescenta a nota de imprensa.

A SPC deixa, contudo, um alerta:  todas as crianças com sintomas sugestivos de COVID-19 (febre, tosse, dificuldade respiratória) que surjam com dor abdominal, exantema ou palidez cutânea e cansaço importante ou prostração, devem contactar o médico assistente e as autoridades de saúde (serviço telefónico SNS 24) para orientação clínica.

“Persiste atualmente um grande desconhecimento quanto a estas recentes formas de apresentação da COVID-19 e a SPC sugere que estas situações agora descritas são extremamente raras e devem ser valorizadas com um juízo prudencial, de modo a evitar alarmismos da população”, conclui.

Fonte: Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC)

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