VITAMINA D

Maioria dos portugueses tem falta de vitamina D

O primeiro estudo que analisa a carência de vitamina D na globalidade da população portuguesa adulta acaba de ser publicado na revista científica Archives of Osteoporosis. Foi realizado numa amostra de 3092 pessoas adultas (> 18 anos) de todo o país, representativa da população portuguesa.

Maioria dos portugueses tem falta de vitamina D

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Os dados demonstram que apenas 33,4 por cento dos portugueses apresentam valores desta vitamina considerados normais, o que tem problemas de saúde associados.

O estudo permite identificar quais os fatores que se relacionam com os níveis desta vitamina na população adulta portuguesa, podendo assim suportar a definição de estratégias para prevenir e corrigir esta situação, tanto do ponto de vista clínico e de informação à população, como da criação de políticas nacionais nesta área.

De acordo com a publicação, os fatores mais associados com níveis baixos de vitamina D da população portuguesa são os meses de inverno (baseado na data de recolha da amostra: janeiro a março) e viver no arquipélago dos Açores.

No inverno, apenas dois em cada dez portugueses apresenta níveis normais de vitamina D. Durante o verão, os valores sobem para 56,8 por cento da população, concluindo que pouco mais de metade da população consegue atingir valores normais de vitamina D.  As mulheres têm maior prevalência de carência de vitamina D do que os homens.

Quanto ao impacto da localização geográfica, os Açores são a região portuguesa que registou níveis mais elevados de insuficiência e deficiência de vitamina atingindo 82 por cento da população. Estes valores poderão estar associados à intensa nebulosidade que se verifica no arquipélago dos Açores.

Como seria expectável, é no Algarve que se verificam valores mais baixos de insuficiência e deficiência de vitamina D, correspondendo apenas a 45 por cento da população ao longo de todo o ano, comparativamente aos valores entre 58,7 e 69,7 por cento no restante território continental e na Madeira.

Para além da estação do ano e da localização geográfica, o avançar da idade e a obesidade, são outros fatores responsáveis pelo aumento de risco de deficiência e insuficiência de vitamina D.

A alimentação tem um contributo muito escasso para suprir as necessidades fisiológicas desta vitamina, especialmente através de peixes gordos selvagens, gema de ovo e alguns cogumelos.

Para combater a carência de vitamina D só temos dois recursos: aumentar a exposição da pele ao sol ou fazer uso de suplementos alimentares e medicamentos com vitamina D.

“É conclusivo que este estudo revela valores inadequados de vitamina D numa grande proporção da população portuguesa. A análise destes dados deve servir de base para um debate nacional profundo sobre o tema e sobre o seu impacto na saúde dos portugueses”, constata o médico José Pereira da Silva, que promoveu e supervisionou este estudo.

As consequências mais evidentes provocadas pela carência de vitamina D são problemas ósseos e musculares e têm maior propensão a sofrer fraturas com pequeno traumatismo e, nos casos graves, podem surgir dores ósseas e musculares espontâneas, falta de forças e cãibras. Todas estas manifestações podem ser, erradamente, atribuídas a um envelhecimento normal, mas podem ser corrigidas com a reposição devitamina D.

Nas crianças, a consequência direta desta situação é o raquitismo, com atraso de crescimento e deformação óssea. Ao longo dos últimos, tem-se acumulado evidência de que a vitamina D tem um efeito muito mais amplo, pois afeta virtualmente todos os órgãos e sistemas do corpo humano, do sistema nervoso ao imunológico, das doenças cardiovasculares às infeciosas.

Isto justifica a possibilidade de que a carência de vitamina D possa ser um fator de risco para a ocorrência e para a gravidade de uma enorme variedade de doenças com impacto de saúde pública.

Ainda que as provas sejam frágeis nesse sentido, o facto de que a vitamina D é muito segura e barata justifica que o combate à sua carência mereça a atenção dos médicos e autoridades de saúde pública do mundo desenvolvido.

Fonte: Faculdade de Medicina de Coimbra e Nova Medical School

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