DIAGNÓSTICO

Criado exame de sangue que deteta mais de 50 tipos de cancro

Cientistas internacionais desenvolveram o primeiro exame de sangue capaz de detetar com precisão mais de 50 tipos de cancro e identificar em qual tecido o tumor se originou - muitas vezes antes que haja sinais da doença.

Criado exame de sangue que deteta mais de 50 tipos de cancro

DOENÇAS E TRATAMENTOS

INTOXICAÇÕES ALIMENTARES

O exame conseguiu prever corretamente o tecido em que o cancro se originou em 93 por cento das amostras. O teste tem uma taxa de falsos positivos inferior a um por cento - apenas 0,7 por cento das pessoas seriam incorretamente identificadas como tendo a doença.

Como comparação, cerca de dez por cento das mulheres são erradamente identificadas como portadoras de cancro nos programas nacionais de rastreio de cancro da mama através do exame de mamografia, embora essa taxa possa ser maior ou menor, dependendo do número e da frequência dos exames e do tipo de mamografia realizada.

Os tumores libertam ADN no sangue, e isso contribui para o que é conhecido como ADN circulante livre, ou ADN fora das células (cfADN: cell-free ADN). No entanto, como o cfADN também pode vir de outros tipos de células, pode ser difícil identificar o cfADN proveniente de tumores.

O novo exame de sangue analisa alterações químicas no ADN chamadas metilação, que geralmente controlam a expressão dos genes. Padrões de metilação anormais e as alterações resultantes na expressão génica podem contribuir para o crescimento do tumor, portanto esses sinais no cfADN têm o potencial de detetar e localizar o tumor.

O exame de sangue avalia aproximadamente um milhão dos 30 milhões de locais de metilação no genoma humano. Um algoritmo foi usado para prever a presença de cancro e o tipo de tumor com base nos padrões de metilação no ADN circulante livre eliminado pelos tumores.

Em 12 tipos de cancro, que são geralmente os mais mortais (anal, bexiga, intestino, esófago, estômago, cabeça e pescoço, fígado e ducto biliar, cancro do pulmão, ovário e pancreático, linfoma e cancro dos glóbulos brancos, como mieloma múltiplo), a taxa de positivos verdadeiros foi de 67,3 por cento nos estágios clínicos I, II e III.

Apesar dos resultados entusiasmantes, estes são os primeiros testes do exame, e o próprio estudo tem as suas limitações. As limitações incluem: (1) todos os participantes com cancro já tinham sido diagnosticados, por meio de triagem, por exemplo, ou eram pacientes com sintomas; (2) o estudo não foi projetado para estabelecer o impacto do teste na morte por cancro ou outras causas; (3) no momento da publicação destes resultados, nem todos os pacientes foram acompanhados por um ano, o que é necessário para garantir que o seu status de não-cancro fosse preciso; e (4) ocorreu alguma imprecisão na deteção do tecido de origem para tumores causados pelo HPV, como cancro do colo do útero, ânus, cabeça e pescoço.

A equipa reconheceu essas deficiências e agora está a tentar melhorar o desempenho do teste e na próxima etapa de avaliação.


OUTRAS NOTÍCIAS RELACIONADAS


ÚLTIMAS NOTÍCIAS