COVID-19: é preciso aprender a conviver com dinâmicas diferentes
A população portuguesa “tem de ser muito disciplinada, coesa e organizada” para “fazer parte da solução”, porque o novo coronavírus tem a sua dinâmica, que se não for contrariada vai propagar-se, afirma a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.
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Graça Freitas sublinhou ainda que o regresso à atividade normal será feito “de forma equilibrada”, reforçando que a população portuguesa “vai ter de aprender a viver com três dinâmicas diferentes: a dos serviços de saúde, a da sociedade e a do próprio vírus”.
“Se conseguirmos fazer isto não abolimos os efeitos negativos da pandemia, mas pelo menos mitigamos e reduzimos, conciliando com o que desejamos que é voltar a ter uma atividade social e económica como tínhamos antes da era COVID-19”, afirmou.
Graça Freitas adiantou ainda que “as medidas de contenção permitiram achatar a curva” portuguesa, frisando que “cumpriram a sua função”, ou seja, o achatamento da curva para permitir que o sistema de saúde “gerisse a resposta”.
“E temos agora de ir levantando as medidas de contenção e ao mesmo tempo contrariar a atividade do vírus”, referiu, apontando que Portugal vai “regressar à normalidade possível, mas essa normalidade vai ter de ser balançada com outras práticas no dia-a-dia”.
Questionada sobre o ritmo de abertura de serviços em outros países, bem como com as medidas implementadas fora de Portugal, nomeadamente no que se refere à obrigatoriedade de uso de máscaras em alguns territórios, Graça Freitas afirmou que “cada país adapta as medidas à sua realidade”.
“Obviamente temos uma série de pessoas da academia e da DGS a analisar os dados e os dados comparativos com vários países e comparamos não só a data de início das epidemias – nem todos os países iniciaram da mesma forma – e como é que tem sido essa evolução. Há países com curvas completamente diferentes”, justificou.
Sobre o uso de máscaras, a diretora-geral da Saúde apontou que essa é “mais uma medida barreira”, mas sem especificar se o uso poderá ou não vir a ser obrigatório em Portugal e recordando outras medidas de prevenção como a higiene das mãos, o distanciamento social, a etiqueta respiratória e a limpeza das superfícies porque, acrescentou, “o vírus permanece durante horas ou dias”.
“Isto é para nos permitir retomar a atividade, mas ainda com muitos cuidados e muitas alterações à nossa rotina antes deste novo vírus e da doença”, reafirmou Graça Freitas.