Pessoas com COVID-19 grave podem apresentar sintomas neurológicos, incluindo confusão, delírio e dores musculares, e podem estar em maior risco de sofrer um AVC, sugere um novo estudo de cientistas de Wuhan, na China, onde começou a pandemia.
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Quase 40 por cento das pessoas com a doença causada pelo novo coronavírus sofreram complicações relacionadas com o cérebro. Entre aqueles com infeção grave como resultado do vírus, quase seis por cento tiveram AVC ou estenose, aproximadamente 15 por cento apresentaram sintomas semelhantes a demência e cerca de 20 por cento relataram fortes dores musculares.
O estudo analisou 214 pacientes com a doença em três hospitais de Wuhan, todos internados entre 16 de janeiro e 19 de fevereiro. Desses, com idade média de 53, 87 eram homens e 126 (59 por cento) tiveram infeção grave com base no estado respiratório, com falta de ar causada por uma infeção grave do trato respiratório inferior, como pneumonia.
Como em estudos anteriores, aqueles com doenças graves eram mais velhos, apresentavam comorbidades, particularmente pressão alta, e tinham menos sintomas típicos de COVID-19, como febre e tosse, quando comparados a pacientes com infeção leve a moderada. Além disso, seis por cento dos pacientes apresentaram “comprometimento do paladar” e cinco por cento tiveram “comprometimento do olfato”.
O que leva as pessoas com o vírus a experimentar essas complicações neurológicas permanece incerto. Os cientistas especulam que, devido às conhecidas complicações relacionadas com o coração associadas ao vírus, é possível que estas sejam o resultado de coágulos sanguíneos que emanam do coração, acrescentou.
Para os autores, essas descobertas mostram que ainda é preciso compreender muito melhor o vírus, mas o ponto principal é que as pessoas devem estar cientes desses sintomas neurológicos e procurar atendimento médico se necessário.
