PREVENÇÃO

Doentes crónicos a trabalhar sem proteção social e na saúde

As pessoas com doença crónica de idade ativa e sem uma atividade profissional compatível com o teletrabalho, continuam a deslocar-se diariamente para o emprego, sem qualquer proteção. O alerta é da Associação RESPIRA, que pede ainda que as medidas de proteção social sejam aplicadas a estes doentes.

Doentes crónicos a trabalhar sem proteção social e na saúde

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“Neste grupo incluímos pessoas imunodeprimidas e portadoras de doença crónica que, de acordo com as orientações da autoridade de saúde, são consideradas de risco, designadamente os doentes hipertensos, os doentes diabéticos, os doentes cardiovasculares, os portadores de doença respiratória crónica ou os doentes oncológicos.

Estas patologias, como bem sabemos, não afetam só pessoas idosas já na idade da reforma. Afetam também muitos cidadãos em idade ativa que não podem prescindir dos rendimentos do trabalho para a sua subsistência e do seu agregado familiar”, explica Isabel Saraiva, presidente da RESPIRA.

A probabilidade de este grupo da população, ao ser contaminado, carecer de internamento hospitalar, de ventilador e de cuidados intensivos, é muito elevada, como o conhecimento e a experiência têm demonstrado noutros países.

A Associação RESPIRA solicita que, de forma urgente e imediata, seja decretada a medida do Art. 4.º, nº 1 b) do Decreto n.º 2-A/2020 de 20.03, que permite que as pessoas sujeitas a um dever especial de proteção, não tendo possibilidade pelas características das funções desempenhadas ou por falta de condições técnicas, proceder ao teletrabalho, ser-lhes estendido o regime do isolamento profilático previsto no Art. 19.º do D.L. n.º 10-A/2020, enquanto durar a situação de pandemia.

“Todos sabemos que os recursos de saúde são escassos. Todos os dias o ouvimos incessantemente na comunicação social que relata situações dramáticas vividas noutros países, incluindo a nossa vizinha Espanha. Todos queremos evitar que tal venha a acontecer no nosso país. Acreditamos que proteger estas pessoas especialmente vulneráveis representa um ganho para todos: para elas, para as suas famílias, para a comunidade, para a saúde e para o país”, conclui Isabel Saraiva.

A Plataforma Saúde em Diálogo - Associação para a Promoção da Saúde e Proteção na Doença dirigiu, na última semana, uma carta sobre este assunto ao Ministério da Saúde e ao Ministérios do Trabalho. A direção da RESPIRA subscreve e defende esta tomada de posição, assumindo-a como uma prioridade da sua missão.

Fonte: Associação RESPIRA

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