Cientistas produzem células da retina para tratar cegueira
Um estudo publicado na revista Nature Communications revela que cientistas do Instituto Karolinska e do Hospital de St Erik Eye, na Suécia, descobriram uma forma de aperfeiçoar a produção de células da retina a partir de células estaminais embrionárias.
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A degeneração macular do olho relacionada à idade é a forma mais comum de cegueira nos idosos. Esta perda de visão é causada pela morte dos fotorrecetores (cones e bastonetes) resultantes da degeneração e morte do epitélio pigmentar retinal subjacente (células EPR), que fornecem nutrição vital aos cones e bastonetes.
Os autores deste estudo identificaram marcadores na superfície das células EPR que podem ser usados para isolar e purificar estas células retinais.
Esta descoberta permitiu o desenvolvimento de um protocolo que garante que a diferenciação de células estaminais embrionárias em células EPR é eficaz. Este protocolo também permite que não exista a contaminação de outros tipos de células, disse Fredrik Lanner, líder do estudo.
Ao modificarem os genes CRISPR/Cas9, os investigadores conseguiram também modificar as células de forma a que estas se consigam ocultar do sistema imunitário para evitar a sua rejeição.
O estudo mostrou que as células EPR modificadas mantêm o seu caráter, que não existem mutações nocivas e que as células conseguem evitar as células T do sistema imunitário, sem ativarem outras células imunitárias. Adicionalmente, verificou-se que houve uma menor taxa de rejeição.
Este estudo pode abrir portas ao desenvolvimento de células EPR universais para o futuro tratamento de degeneração macular relacionada à idade.