Segundo os cientistas, as alfaces cultivadas no espaço são livres de micróbios causadores de doenças, seguras para consumo humano e tão nutritivas quanto as plantas cultivadas na Terra.

Entre 2014 e 2016, as alfaces foram cultivadas a partir de sementes esterilizadas na superfície nos Sistemas de Produção Vegetal, câmaras de crescimento equipadas com iluminação LED e um sistema de rega, projetado especificamente para cultivar no espaço.

As plantações cresceram sem perturbações dentro das unidades até que os membros da tripulação comeram parte das folhas maduras; o restante foi congelado até o transporte de volta à Terra para análise química e biológica.

Como forma de controlo, os cientistas cultivaram plantas na Terra sob as mesmas condições, o que foi possível porque os dados de temperatura, dióxido de carbono e humidade foram registados na Estação Espacial Internacional e replicados nos laboratórios do Centro Espacial Kennedy, com um atraso de 24 a 48 horas.

A alface cultivada no espaço era semelhante em composição aos controlos cultivados na Terra, exceto que em alguns (mas não todos) ensaios, o tecido vegetal cultivado no espaço tendia a ser mais rico em elementos como potássio, sódio, fósforo, enxofre e zinco, bem como em fenólicos, moléculas com atividade antiviral, anticancerígena e anti-inflamatória comprovadas.

As alfaces cultivadas no espaço e na Terra também apresentavam níveis semelhantes de antocianina e outros antioxidantes, que podem proteger as células dos danos causados ​​pelos radicais livres e reativos ao oxigénio.

Os autores concluíram que a alface cultivada no espaço é segura para o consumo humano; estes resultados encorajadores abrem as portas para experiências com outras culturas nutritivas a bordo da estação espacial.