Apesar de o carcinoma papilar da tiroide ser a forma mais comum de tumor maligno na tiroide, é uma doença que progride lentamente e que oferece prognósticos geralmente positivos. Por isso, opta-se por acompanhar os doentes de perto em vez de os submeter a cirurgia.
 
No entanto, um estudo de grande escala revela que cerca de 20 por cento dos doentes com tumores papilares da tiroide com menos de um centímetro têm sinais patológicos de maior agressividade tumoral, aumentando o risco de metástases.
 
O carcinoma papilar da tiroide representa cerca de 70 a 90 por cento de todas as malignidades da tiroide, sendo o microcarcinoma papilar da tiroide um subgrupo que representa 30 por cento de todos os carcinomas papilares.
 
“Existem subgrupos na população que desenvolvem cancros mais sérios e que podem pôr a vida em risco”, alerta o cientista.
 
Foram avaliados 30 180 adultos dos quais 5 628 (18,7 por cento) tinham sinais patológicos de doença avançada como metástases nos gânglios linfáticos centrais, metástases nos gânglios laterais e doença microscópica fora da tiroide, invasão dos vasos linfáticos e sanguíneos e metástases distantes.
 
A presença destas características patológicas estava associada a um maior espalhamento da doença e menor taxa de sobrevivência. Foi observado que as pessoas com a doença nos gânglios linfáticos tinham três vezes mais probabilidade de morte, e seis vezes caso tivessem metástases nos pulmões.
 
O estudo mostra que há a necessidade de análises mais sofisticadas e precisas que detetem estes sinais patológicos marcadores de agressividade para que se possa oferecer o tratamento mais adequado.