ALZHEIMER

Lítio pode interromper progressão da doença de Alzheimer

Um novo estudo mostrou que, quando administrado numa formulação que facilita a passagem para o cérebro, o lítio em doses até 400 vezes menores do que o que está a ser prescrito atualmente para transtornos de humor é capaz tanto de interromper a progressão dos sinais da patologia avançada da doença de Alzheimer – como placas amiloides – quanto de levar à recuperação de habilidades cognitivas perdidas.

Lítio pode interromper progressão da doença de Alzheimer

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O investigador Edward Wilson e os seus colegas da Universidade McGill, no Canadá, primeiro investigaram a formulação convencional de lítio e a aplicaram inicialmente em ratos numa dosagem semelhante à usada na prática clínica para transtornos do humor.

Os resultados foram dececionantes, pois os ratos rapidamente apresentaram vários efeitos colaterais adversos.

Os cientistas desenvolveram então uma formulação de lítio encapsulada, de baixa dosagem, que já havia revelado alguns efeitos benéficos contra a doença de Huntington – essa formulação é conhecida como NP03.

Essa microdosagem mostrou que os resultados benéficos na diminuição da patologia e na melhoria da cognição também podem ser alcançados em estadios mais avançados, semelhantes aos estadios pré-clínicos tardios da doença, quando placas amiloides já estão presentes no cérebro e quando a cognição começa a declinar.

“De um ponto de vista prático, as nossas descobertas mostram que microdoses de lítio em formulações como a que usamos, que facilitam a passagem para o cérebro através da barreira hematoencefálica, ao mesmo tempo em que minimizam os níveis de lítio no sangue, poupando indivíduos de efeitos adversos, devem encontrar aplicações terapêuticas imediatas”, disse o cientista.

“Embora seja improvável que qualquer medicamento vá reverter os danos no cérebro nos estadios clínicos da doença de Alzheimer, é muito provável que um tratamento com microdoses de lítio encapsulado tenha efeitos benéficos tangíveis nos estadios pré-clínicos iniciais da doença”, afirmou, por sua vez, Claudio Cuello, coordenador da pesquisa.


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