“Verificámos que quando os participantes consumiam o pão enriquecido com gérmen de trigo (subproduto do grão de trigo) apresentavam uma melhoria na qualidade de vida associada à diminuição do desconforto intestinal”, afirmou à Lusa André Rosário.
 
Segundo o investigador, o estudo desenvolvido no âmbito do projeto “VALORINTEGRADOR” tinha como objetivo “perceber quais os benefícios para a saúde humana” deste subproduto da moagem do grão de trigo.
 
Nesse sentido, a equipa de investigadores avaliou, em quatro fases distintas, os consumos diários de 55 participantes saudáveis.
 
“Fizemos alguns testes e percebemos que a quantidade máxima de gérmen que podíamos acrescentar ao pão de trigo sem comprometer as suas propriedades sensoriais era de seis por cento, ou seja, um pão com 100 gramas apenas poderia conter seis gramas de gérmen de trigo”, explicou.

Ao longo de quatro semanas, os investigadores avaliaram o consumo diário do pão enriquecido com gérmen de trigo e do habitual pão de trigo e concluíram que a maioria dos participantes “apresentava uma melhoria da qualidade de vida associada ao conforto intestinal”.
 
Além desta avaliação e de inquéritos sobre sintomas intestinais e abdominais, a equipa observou as fezes dos participantes, sendo que desta análise se verificou um “aumento de dois géneros de bactérias associadas a uma diminuição da inflamação intestinal e melhoria da saúde gastrointestinal”.
 
Além dos investigadores do CINTESIS e da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), o estudo contou com a colaboração de especialistas da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica e do Centro de Engenharia Biológica da Universidade do Minho.