DIAGNÓSTICO

Doença vascular cerebral é causa de mais de 50% das demências

Estima-se que a doença vascular cerebral, onde se inclui o acidente vascular cerebral (AVC), seja responsável por mais de 50 por cento dos casos de demência diagnosticados a cada ano, o que constitui um grave problema de saúde pública.

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Um estudo a ser apresentado no 14.º Congresso Português do AVC revelará os resultados obtidos com uma inovadora intervenção não farmacológica para a prevenção da demência. O evento anual da Sociedade Portuguesa do AVC (SPAVC) realiza-se entre os próximos dias 6 e 8 de fevereiro, no Porto, e assinala também o 15.º aniversário desta sociedade científica.

Segundo o médico neurologista e investigador do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, Vítor Tedim Cruz, a doença vascular cerebral, nas suas variadas formas, pode ser responsável por mais de 50 por cento dos casos de demência diagnosticados em cada ano.

“Mesmo quando se trata de um acidente isquémico transitório ou apenas se verifica a mera exposição prolongada a fatores de risco vascular não corrigidos (tabagismo, diabetes, fibrilhação auricular e hipertensão arterial), o risco de demência aumenta”, refere o médico.

Este tema será analisado na sessão “Doença vascular cerebral na comunidade”, agendada para o dia 7 de fevereiro, pelas 11h15, onde serão revelados os primeiros resultados do projeto MIND (Multiple Interventions to Prevent Cognitive Decline), cujo objetivo é reduzir a ocorrência de novos casos de demência através de intervenções não farmacológicas, de natureza multidisciplinar.

De acordo com Firmino Machado, investigador do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto e coordenador do projeto, Portugal deverá ter mais de 160 mil utentes com demência, em indivíduos com 60 ou mais anos de idade.

O projeto arrancou em setembro do ano passado com quatro eixos prioritários de intervenção: treino cognitivo, atividade física, tratamento atempado de alterações auditivas e promoção da dieta mediterrânica, através de sessões de culinária.

O especialista antecipa que “o projeto foi implementado pelo Agrupamento de Centros de Saúde do Porto Ocidental, em parceria com 14 entidades, entre as quais a SPAVC e o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto. Envolveu 46 utentes com uma média de idades de 68,3 anos. Ao fim de três meses, verificou-se uma adesão às sessões de treino cognitivo de 86,9 por cento, 84,1 por cento às sessões de atividade física e 88,6 por cento no caso das sessões de culinária”.

Para além da sessão de apresentação formal do projeto, o MIND será igualmente demonstrado, com atividades práticas simuladas, na segunda parte da Sessão de Informação à População, incluindo quatro estações práticas – treino cognitivo, atividade física, demonstração culinária e avaliação auditiva.

Esta sessão, aberta ao público, terá lugar no último dia do congresso, sábado, 8 de fevereiro, pelas 15h00, sendo introduzida por Castro Lopes, presidente da SPAVC. Esta primeira parte será dinamizada com a exibição de um vídeo, que procurou avaliar o conhecimento do público sobre AVC, aproveitando para esclarecer sobre as dúvidas mais comuns e reforçar as mensagens a reter, para que toda a audiência saiba prevenir e identificar um AVC.

O 14.º Congresso Português do AVC, que tem o patrocínio científico da European Stroke Organisation (ESO), da World Stroke Organization (WSO) e da Ordem dos Médicos, integra no seu programa científico preletores nacionais e estrangeiros mundialmente conhecidos.

Para além disso, este ano, o Congresso terá um cariz comemorativo, uma vez que a SPAVC celebra o 15.º aniversário, assinalado com uma conferência especial na sessão de abertura, a cargo do Dr. Miguel Rodrigues, membro da Direção da SPAVC, e o lançamento do “Livro 15 anos SPAVC”.

Fonte: Sociedade Portuguesa do AVC (SPAVC)

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