DIAGNÓSTICO

PAN quer acesso a rastreio da clamídia no SNS

O Grupo Parlamentar do PAN – Pessoas-Animais-Natureza pretende que o Governo assuma, em sede do Orçamento do Estado 2020 (OE 2020), o garante das condições necessárias para um efetivo rastreio da clamídia (Chlamydia trachomatis) no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

PAN quer acesso a rastreio da clamídia no SNS

EXERCÍCIO FÍSICO

VIGOREXIA - A obsessão pelo corpo perfeito!

“Consideramos ser da maior importância que já, neste ano, o Governo assegure a existência das condições adequadas para que o SNS possa realizar um efetivo rastreio e diagnóstico da clamídia, contribuindo, desta forma, para uma prescrição do tratamento mais indicado desta infeção, ao mesmo tempo que se revela fundamental uma maior atenção e prevenção eficaz desta doença”, refere a deputada do PAN, Bebiana Cunha.

Com vista a que o objeto desta proposta seja materializado, o PAN pede ao Governo que proceda à elaboração da Norma de Orientação Clínica que permite a entrada em vigor do código 26179 (da tabela da Administração Central do Sistema de Saúde), referente ao rastreio preventivo da Chlamydia trachomatis, para que a prescrição possa ser realizada pelos clínicos do SNS que intervêm nesta área da saúde humana.

“Ora, acontece que, em Portugal, verifica-se uma grande dificuldade no acesso a este rastreio preventivo, dado que o código se encontra indisponível há vários anos remetendo para uma alínea que refere que a entrada em vigor deste código carece de elaboração de Norma de Orientação Clínica da Direção-Geral de Saúde”, denuncia Bebiana Cunha.

A indisponibilidade deste código faz com que seja impossível ao utente ter acesso à respetiva prescrição médica através do SNS, só o podendo fazer a expensas próprias fora do SNS. Com efeito, acrescenta a deputada, “o que acontece, em regra, é que só no âmbito das consultas de doenças sexualmente transmissíveis (DST) existentes em alguns hospitais é que, por requisição interna, dentro do próprio hospital, este poderá ser solicitado, reduzindo a sua utilização a uma população muito reduzida e específica”.

Face às dificuldades de prescrição de um exame que permitiria um diagnóstico mais acurado do agente patogénico e uma melhor monitorização do estado de saúde da população nesta área específica, “os clínicos optam, muitas vezes, por administrar antibióticos sem a assertividade e certeza clínicas necessárias face aos agentes infeciosos”, alerta Bebiana Cunha.

As infeções por Chlamydia trachomatis são, muitas vezes, assintomáticas – o que facilita a sua transmissão – e podem conduzir a doença inflamatória pélvica, gravidez ectópica e infertilidade entre outras complicações, com evidentes custos sociais e financeiros. De acordo com um estudo levado a cabo por uma equipa de investigadores, liderada pela Unidade de Microbiologia Médica, do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (da Universidade Nova de Lisboa), realizado a um grupo de indivíduos, 90 por cento dos casos mostraram-se assintomáticos no caso da clamídia.

De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de um milhão de pessoas são diariamente infetadas por DST, sendo o diagnóstico precoce e o tratamento adequado fundamentais para quebrar a cadeia de transmissão, prevenir complicações e sequelas graves. A Chlamydia trachomatis pode ser transmitida por via oral e sexual, podendo inclusive ser transmitida ao recém-nascido pela própria mãe, durante o parto vaginal.

Fonte: PAN – Pessoas-Animais-Natureza

OUTRAS NOTÍCIAS RELACIONADAS


ÚLTIMAS NOTÍCIAS