Metade dos alunos do ensino universitário sofre de burnout
Metade dos alunos das universidades e politécnicos nacionais estão em burnout, de acordo com um estudo da autoria do professor do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), João Marôco, apresentado no Congresso Nacional de Psicologia da Saúde, que decorreu na Universidade da Beira Interior (UBI).
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Segundo a investigação, 52 por cento dos alunos estão exaustos. É na Universidade de Aveiro que se observa a incidência mais elevada, com 64,9 por cento dos seus alunos a apresentarem sintomas.
“A situação agora é deveras preocupante”, alerta o João Marôco. O mesmo estudo realizado em 2012, com base num inquérito feito apenas a estudantes de Lisboa, dava conta de que “apenas” 15 por cento deles estavam em burnout.
“Nos contactos com outros professores e com alunos, tenho constatado que os níveis de exaustão entre estes são mais elevados. E que a descrença sobre o que irão fazer com o que estão a estudar é também maior”, acrescenta o autor deste estudo.
“Os anos da troika acentuaram muito a descrença dos estudantes quanto ao seu futuro profissional, que ainda permanece porque a situação socioeconómica do país continua a ser difícil”, sublinha o investigador do ISPA.
O inquérito desenvolvido por João Marôco, e que contou com 1 066 inquéritos a estudantes universitários, mostra que é na área das ciências biológicas que os valores médios deste estado limite se apresentam mais elevados: 3,75 numa escala de 0 (nunca) a 6 (sempre).
Seguem-se-lhe ciências exatas (3,54), ciências da saúde (3,46) e ciências sociais e humanas (3,18).