Estrutura do VIH assemelha-se a uma flor
A cápside – a concha externa – do VIH-1 pode ter uma forma diferente da que os cientistas haviam proposto. E o novo modelo agora apresentado tem implicações significativas para a compreensão de como o vírus funciona e de como é possível combatê-lo – como recentemente se descobriu, os vírus são largamente variáveis.
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Os novos dados sugerem que o vírus VIH-1 fica alojado dentro de uma “casca” de matriz esférica. Quando infecta uma célula saudável, a concha funde-se com o exterior da célula-alvo e liberta o capsídeo viral dentro da célula, que então é atacada.
“A nova estrutura que propomos para o vírus VIH-1 tem uma forma muito peculiar, quase como as pétalas de uma flor. Um melhor conhecimento estrutural da matriz da concha pode ajudar-nos a entender o processo de fusão e infeção”, disse Sean Graves, da Universidade de Alberta, no Canadá.
A equipa de Graves descobriu que o modelo anteriormente usado para descrever a estrutura do invólucro do VIH-1 é matematicamente impossível – então os autores desenvolveram uma alternativa viável.
Embora seja muito cedo para prever se o modelo irá refletir-se em novos tratamentos para o VIH, a pesquisa ajudará os cientistas a compreender melhor e fazer previsões sobre o comportamento do VIH-1 – em todo o mundo. Quase 38 milhões de pessoas sofrem de VIH-SIDA no mundo.
“A nossa contribuição usa princípios matemáticos para ajudar a orientar a comunidade científica na direção certa”, acrescentou o investigador Marcelo Marcet-Palacios.
“Se o nosso modelo estiver correto, poderemos começar a investigar formas de bloquear ou interromper o mecanismo de entrada viral. Por exemplo, usando uma medicação que possa alinhavar as pétalas da estrutura para impedir a abertura da partícula e, assim, interromper a entrada do genoma viral na célula hospedeira”, explicou o investigador.
A equipa disponibilizou o modelo em formato aberto, para que qualquer cientista de qualquer parte do mundo possa testar e propor melhorias na sua estrutura.