MORTALIDADE

Pobreza aumenta taxas de suicídio entre jovens

Estudos apresentados na American Academy of Pediatrics 2019 National Conference & Exhibition (AAP 2019), que ocorreu de 25 a 29 de outubro de 2019, em Nova Orleãs, nos Estados Unidos, mostram que as crianças norte-americanas que vivem em municípios com o nível mais alto de pobreza têm probabilidade até um terço maior de morrer do que as que vivem nos países menos empobrecidos. A associação é mais pronunciada por suicídio por armas de fogo.

Pobreza aumenta taxas de suicídio entre jovens

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O suicídio juvenil quase duplicou nos últimos dez anos, tornando-se a segunda principal causa de morte de crianças e adolescentes entre os dez e os 19 anos nos Estados Unidos.

De acordo com os investigadores, compreender os fatores de risco para o suicídio juvenil é fundamental para desenvolver esforços de prevenção.

Para o estudo, foi realizada uma análise retrospetiva e transversal de suicídios entre crianças dos Estados Unidos com idades entre os cinco e os 19 anos, de 2007 a 2016, usando dados do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigle em inglês).

No geral, a taxa anual de suicídios foi de 3,4/100 mil crianças dos cinco aos 19 anos.

Das 20 982 crianças e adolescentes dentro dessa faixa etária que morreram por suicídio durante o período analisado, 85 por cento tinham entre os 15 e os 19 anos, 76 por cento eram do sexo masculino e 69 por cento eram caucasianos.

Os autores dividiram os municípios em cinco categorias de concentração de pobreza, variando de zero a 20 por cento ou mais da população que vive abaixo do nível de pobreza do país.

Ao controlar variáveis, incluindo o ano, dados demográficos das crianças que morreram (idade, sexo e raça), classificação rural-urbana do condado e dados demográficos da comunidade (idade do condado, sexo e composição racial), os cientistas descobriram que os municípios com mais de dez por cento da concentração de pobreza tiveram uma maior incidência de suicídio em comparação com os municípios com menor concentração de pobreza (0-4,9 por cento).

As taxas de suicídio continuaram a aumentar com o aumento da concentração de pobreza, com crianças vivendo em municípios com maior concentração de pobreza (mais de 20 por cento da população vivendo abaixo do nível de pobreza nacional), sendo 37 por cento mais propensas a morrer por suicídio do que os jovens que vivem no mínimo municípios empobrecidos.

Foram realizadas análises de subgrupos para os três mecanismos suicidas mais comuns: asfixia (incluindo enforcamento), armas de fogo e envenenamento.

As taxas de suicídio por enforcamento e overdoses não foram diferentes entre os diferentes níveis de pobreza do condado. Entre os suicídios por armas de fogo, a taxa de suicídio aumentou com o aumento da concentração de pobreza, em relação aos municípios com menor concentração de pobreza.

De acordo os investigadores, a maioria dos suicídios de adolescentes por arma de fogo ocorre dentro de casa, normalmente com uma arma de propriedade de um adulto da casa.

Os cientistas alertam para a necessidade de campanhas de incentivo para o armazenamento seguro de armas de fogo (mantendo a arma descarregada e trancada separadamente da munição).

Os resultados sugerem a necessidade de direcionar estratégias pediátricas de prevenção do suicídio em áreas de alta pobreza, incluindo a prevenção do suicídio por armas de fogo, afirmaram ainda os investigadores.

Fonte: Boa Saúde

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