Número de abortos voluntários diminui
Dados divulgados recentemente pela Direção-Geral da Saúde (DGS) revelam que o número de interrupções de gravidez nas primeiras dez semanas de gestação diminuiu quatro por cento em 2018 relativamente ao ano anterior. Esta tendência decrescente verifica-se desde 2011.
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De acordo com o documento, no último ano analisado, realizaram-se cerca de 15 mil interrupções de gravidez. Dez mil tiveram lugar nos hospitais públicos e 4 278 em clínicas privadas.
“À semelhança de anos anteriores, as interrupções da gravidez por opção da mulher nas primeiras dez semanas são o principal motivo”, constituindo 95,8 por cento do total de abortos. Oito mulheres recorreram ao aborto pelo motivo de “gravidez resultante de crime contra a liberdade e autodeterminação sexual” e 523 por doença grave ou malformação do feto – mais 0,5 por cento do que em 2017.
O relatório da DGS revelou ainda que as mulheres com idades entre os 20 e os 29 anos são as que mais recorrem a interrupções voluntárias da gravidez. Além disso, os dados mostraram “uma associação significativa entre a profissão das mulheres e a profissão dos companheiros: tendem a ter a mesma classificação profissional”.
A região de Lisboa e Vale do Tejo foi a que registou mais interrupções de gravidez (58 por cento), seguida da região Norte (19,9 por cento) e Centro (11,1 por cento).
“Em 20,8 por cento das IG [interrupções de gravidez], a mulher tinha nacionalidade estrangeira, mais 2,5 pontos percentuais do que em 2017”, lê-se no documento, que acrescenta que “as mulheres de nacionalidade não portuguesa recorreram mais a IG na região de Lisboa, Algarve e no Norte”.
Relativamente ao método utilizado nos espaços de saúde, este difere quando se fala em instituição pública e privada. No setor público, a interrupção de gravidez medicamentosa ocorreu em 92,7 por cento dos casos, enquanto nas clínicas privadas o método cirúrgico foi utilizado em 93,3 por cento.