A meningite criptocócica é a maior causa de morte entre os adultos com VIH/SIDA na África subsariana, e em muitas partes do mundo o fármaco antifúngico fluconazole é o único disponível para iniciar o tratamento, apesar de os resultados a longo prazo serem fracos.

Acredita-se que a resistência ao fármaco seja a causa dos fracos resultados, pelo que os investigadores analisaram em modelos de fibra oca e ratos a relação entre a exposição ao fármaco e a eliminação do fungo com a emergência de resistência.

Os resultados foram, posteriormente, observados em pacientes da Tanzânia com meningite criptocócica a tomar o fármaco e concluiu-se que a resistência ao fármaco era causada por uma duplicação dos cromossomas do fungo que ocorre enquanto os pacientes estão a fazer a medicação.

Os modelos matemáticos aplicados aos dados dos doentes revelam que apenas 12,8 por cento dos doentes a tomar os recomendados 1 200 mg por dia estavam completamente livres do fungo ao fim de duas semanas. Além disso, 83,4 por cento tinham uma persistente subpopulação resistente ao fluconazole.

Este estudo é o primeiro a combinar dados de modelos da doença com doentes humanos e mostra que o fluconazole como monoterapia é ainda muito aplicado em África, apesar de não ser eficaz e não ser consistente com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Os investigadores alertam para a necessidade de se desenvolverem mais fármacos de combate a esta infeção que atinge o cérebro e mata cerca de 180 mil pessoas por ano.