Oxigenação do cérebro depende da respiração
Existe uma maior oxigenação do cérebro de ratos durante o exercício porque a respiração introduz mais oxigénio no sangue, o que significa que a oxigenação cerebral está mais dependente da respiração do que do fluxo sanguíneo. A conclusão é de um estudo de cientistas do Instituto de Neurociência Penn State, nos Estados Unidos.
O conhecimento geral era, até agora, que o sangue dos mamíferos está sempre saturado de oxigénio e que, para aumentar a oxigenação do cérebro, seria necessário aumentar o fluxo sanguíneo.
Os cientistas decidiram investigar como os níveis de oxigénio no cérebro são afetados por comportamentos naturais, neste caso o exercício físico.
Sabe-se que as pessoas mudam os seus padrões de respiração em função das tarefas cognitivas e que um aumento da atividade neuronal aumenta o fluxo de sangue no cérebro.
Durante o estudo, foram analisados ratos que escolhiam andar ou correr numa passadeira, tendo sido monitorizada a sua respiração, atividade neuronal, fluxo sanguíneo e oxigenação cerebral.
Os investigadores esperavam que a oxigenação dependesse da atividade neuronal e do fluxo de sangue e que a oxigenação baixasse no córtex frontal se o fluxo sanguíneo também diminuísse.
Contudo, perceberam que era a respiração que mantinha os níveis de oxigenação, fazendo com que o sangue carregasse mais oxigénio. Isto significa que, ao contrário do que se acreditava, o sangue não está sempre saturado com oxigénio, havendo margem para aumentar a quantidade que transporta.
“A oxigenação persistiu quando a atividade neuronal e a hiperémia funcional (aumento de fluxo sanguíneo) foram bloqueados e ocorreu nos tecidos e artérias que alimentam o cérebro, estando estreitamente relacionada com o ritmo de respiração e a fase do ciclo de respiração”, disseram os autores do estudo.