GLICEMIA

Associações alertam doentes e familiares para a hipoglicemia

“Hipoglicemia. Uma já pode ser demais” é o nome da campanha lançada hoje que pretende alertar as pessoas com diabetes, respetivos familiares e toda a sociedade civil para os perigos das hipoglicemias.

Associações alertam doentes e familiares para a hipoglicemia

DOENÇAS E TRATAMENTOS

DOR CRÓNICA

A Campanha é uma iniciativa da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, da Federação Portuguesa de Associações de Pessoas com Diabetes, da Sociedade Portuguesa de Diabetologia e da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia Diabetes e Metabolismo, com o apoio da Novo Nordisk, e pretende sensibilizar as pessoas com diabetes para as hipoglicemias.

Estas não devem ser vistas como uma consequência natural da diabetes, mas sim como algo que se pode prevenir e lidar através de uma boa gestão da diabetes e da sua terapêutica, devendo aqueles que vivem com diabetes estar alerta para as suas consequências a curto e longo prazo.

Até agora tem havido pouca investigação sobre o impacto das hipoglicemias nos familiares das pessoas com diabetes, mas um novo estudo, o TALK-HYPO, demonstra que até 64% dos familiares das pessoas com diabetes sentem preocupação e ansiedade relativamente aos riscos associados à baixa de açúcar no sangue, realçando o impacto que isto tem na família.

As hipoglicemias resultam de uma baixa concentração dos níveis de glicose (açúcar) no sangue que pode ser provocada por erros na alimentação, utilização de alguma medicação oral para a diabetes ou excesso de insulina, exercício físico não programado e sem suporte alimentar e/ou consumo excessivo de álcool.

Também em Portugal está demonstrada a importância de evitar e tratar adequadamente estes episódios de hipoglicemia. Num estudo recente realizado pela APDP, verificou-se que mais de 3 em cada 10 pessoas com diabetes tipo 2 a fazer insulina comunicaram a ocorrência de hipoglicemias num curto período de tempo e 6 em cada 10 episódios não foram tratados adequadamente.

As hipoglicemias são a segunda maior causa de ida às urgências hospitalares das pessoas com diabetes em Portugal. Ao mesmo tempo, os custos associados ao seu tratamento são significativos. O tratamento de uma hipoglicemia grave tem um custo superior a 1.450 €/episódio. Esta é a principal preocupação das pessoas com diabetes a fazer insulina e dos seus familiares, de acordo com o estudo DAWN 2, realizado em Portugal.

Mais de metade das pessoas que vivem com diabetes (55%) raramente ou nunca informam o seu médico acerca dos episódios de hipoglicemia e muitos, com medo, acabam por reduzir a sua dose de insulina sem consultar o médico, o que compromete o controlo glicémico. A campanha “Hipoglicemia. Uma Já pode ser demais” pretende sensibilizar a população para que se informe junto dos médicos ou outros profissionais de saúde sobre como podem prevenir, detetar e gerir da forma mais adequada os episódios de hipoglicemia​.

Quando não são devidamente detetadas e geridas, as hipoglicemias podem ter um impacto negativo na qualidade de vida das pessoas com diabetes tipo 1 e tipo 2 e podem trazer complicações de saúde que aumentam o risco de morte cardiovascular. As mais graves são as hipoglicemias noturnas, que ocorrem quando as pessoas com diabetes e os seus cuidadores não se apercebem do que está a acontecer.
“Se um indivíduo estiver a ter uma hipoglicemia e não for tratado, a falta de glicose no cérebro pode levar à morte.

Hipoglicemias repetidas podem levar à instalação de quadros de demência, de perturbações mentais e alterações cognitivas profundas e, por isso, as hipoglicemias devem ser evitadas”, explica Davide Carvalho, médico endocrinologista e presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia Diabetes e Metabolismo (SPEDM). Assim, o especialista afirma categoricamente que “não há um número ótimo de hipoglicemias, o número ótimo de hipoglicemias é não ter”.

Na diabetes tipo 2, numa fase inicial, é possível alcançar o controlo glicémico com a alteração de estilos de vida (prática de exercício regular e uma alimentação saudável), sendo sempre necessário o apoio de um profissional de saúde para otimizar este controlo. Na maior parte das vezes com recurso a anti-diabéticos não-insulínicos e, em casos mais avançados, insulina.

Fonte: Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD)

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