Estudos anteriores questionaram os participantes sobre os efeitos de consumo passados, nunca o fazendo em tempo real, o que significa um enviesamento derivado da memória.
 
Durante este estudo, foram analisados os dados de uma aplicação que permitiu que mais de 1 300 pacientes registassem, em tempo real, os sintomas antes e depois de usarem a cannabis medicinal. A aplicação foi usada para monitorizar as alterações das dores de cabeça e das enxaquecas.
 
De acordo com os dados da aplicação, os produtos de cannabis medicinal reduziram a severidade das dores de cabeça em 47,3 por cento e das enxaquecas em 49,6 por cento.
 
Não se verificou dor de cabeça adicional devido a excesso de uso da cannabis, um dos sintomas de alguns tratamentos ao fim de algum tempo. Verificou-se sim um aumento do uso da canábis ao longo do tempo, possivelmente porque os pacientes desenvolveram algum tipo de resistência.
 
O estudo revela ainda que os homens mostram ligeiramente mais alívio que as mulheres (90 por cento contra 89,1 por cento) e que o óleo de cannabis foi mais eficaz na redução das dores de cabeça que a planta de cannabis.
 
Não se encontraram, porém, diferenças de redução de dor entre tipos de plantas com mais ou menos THC ou CBD, sugerindo que diferentes tipos de canabinóides ou outros constituintes, como o terpeno, possam ser os responsáveis pelo alívio das dores de cabeça e enxaquecas.