“Dada a forte comunicação bidirecional entre cérebro e intestino, eles têm possibilidade de se influenciarem [mutuamente]”, disse o professor Jaime Tartar, da Universidade Nova Sudeste, nos Estados Unidos.

“Com base em relatórios anteriores, acreditamos que um sono com fraca qualidade provavelmente exerce um forte efeito negativo sobre a saúde intestinal e a diversidade do microbioma”, acrescentou.

O estudo realizado pelo investigador mostrou que os voluntários que dormiam bem apresentaram sistematicamente um microbioma intestinal mais diversificado - ou “melhor”.

A diversidade do microbioma intestinal, ou a falta dela, está associada a outros problemas de saúde, como a doença de Parkinson e doenças autoimunes, além da saúde psicológica (ansiedade e depressão). Quanto mais diverso é o microbioma intestinal de alguém, maior a probabilidade de que ele tenha melhor saúde geral.

“Sabemos que o sono é praticamente o canivete suíço da saúde”, afirmou investigador, acrescentando que “dormir uma boa noite de sono pode levar à melhoria da saúde e a falta de sono pode ter efeitos prejudiciais”.

“Todos nós vimos os relatórios [artigos científicos] que mostram que a falta de sono adequado pode levar a problemas de saúde de curto prazo (stress, problemas psicossociais) e longo prazo (doenças cardiovasculares, cancro). Sabemos que [esses efeitos ocorrem] nos estágios mais profundos do sono quando o cérebro retira o lixo, uma vez que o cérebro e o intestino se comunicam. O sono de qualidade afeta muitas outras facetas da saúde humana”, concluiu.