Mortes por cancro do pâncreas aumentaram em Portugal
As mortes por cancro do pâncreas mais do que duplicaram em Portugal nos últimos 25 anos, correspondendo a um aumento médio anual de três por cento, revela um estudo divulgado pela Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG).
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Os autores do estudo, os gastroenterologistas Pedro Marques da Costa e Rui Tato Marinho, trataram dados oficiais publicados pelo Instituto Nacional Estatística (INE) em colaboração com a Direção Geral da Saúde sobre as mortes com causa atribuída a cancro do pâncreas entre 1991 e 2015.
Revelado no Dia Mundial do Cancro do Pâncreas, o estudo “25 anos de aumento da mortalidade por cancro do pâncreas em Portugal” concluiu que o número absoluto de mortes por este tumor aumentou de 701 em 1991, para 1 415 em 2015.
Quase todas as mortes (99 por cento) ocorreram em pessoas com mais de 40 anos, sendo “o pico máximo” entre os 75 e os 79 anos.
Um dos dados “mais alarmantes” é que atualmente o crescimento da mortalidade é mais acentuada entre os 50 e os 54 anos, o que pode significar que se esta tendência se mantiver, um número crescente de mortes por cancro do pâncreas poderá ocorrer em idade cada vez mais precoce.
Segundo o estudo, registam-se mais mortes nos homens do que nas mulheres (14,12 versus 8,88 por 100 mil habitantes).
O presidente da SPG, Rui Tato Marinho, advertiu que o cancro do pâncreas “é um dos mais mortais, se não o mais mortal ao cimo da terra”, afirmando que após o diagnóstico uma pessoa vive em média menos de cinco meses. Acresce o facto de cancro do pâncreas ser difícil de detetar precocemente.
No momento do diagnóstico, em cerca de metade dos doentes o cancro já está disseminado e apenas 20 por cento são candidatos a tratamento cirúrgico.
O cancro do pâncreas é a terceira neoplasia maligna do sistema digestivo mais frequente em Portugal, logo após o cancro do cólon e do estômago, estimando-se que surjam anualmente em Portugal cerca de 1 400 novos casos.