DPOC

Projeto português reduz visitas de doentes crónicos às urgências

O Projeto HC de Telemonitorização domiciliária da Hope Care já avaliou mais de mil utentes com doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), insuficiência cardíaca, hipertensão, obesidade e multicrónicos e conta chegar a dez hospitais no final deste ano.

Projeto português reduz visitas de doentes crónicos às urgências

DOENÇAS E TRATAMENTOS

LOMBRIGAS (ASCARIDÍASE)

O HC Alert é um sistema de analítico aplicado à telemonitorização de dados de saúde  uma solução de telemonitorização domiciliária, que permite aos serviços de saúde acompanhar um conjunto de informação agregada e, assim, tomar decisões médicas sem que os doentes tenham de sair de casa, segue já centenas de  utentes em três hospitais públicos – Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira (Covilhã), Hospital do Litoral Alentejano (Santiago do Cacém) – e de outras unidades privadas.

A Hope Care, empresa que desenvolveu o projeto e que, em 2017, venceu a distinção Born from Knowledge (BfK), no âmbito dos World Summit Awards (WSA), conta terminar o ano com dez hospitais, uma faturação de 500 mil euros e um reforço na internacionalização.

Desde 2017, a Agência Nacional de Inovação (ANI) já premiou 24 projetos e empresas em concursos e prémios de inovação nacionais através do programa Born from Knowledge (BfK).

No âmbito da parceria com a Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), a ANI anunciará no 29.º Digital Business Congress (20 e 21 de novembro, Lisboa) o vencedor da distinção BfK no Prémio WSA 2019. Como em 2017 e 2018, será selecionado dentre os finalistas do WSA Portugal.

Há dois anos, foi o projeto HC Alert da Hope Care que conquistou o primeiro lugar. O objetivo é permitir a doentes crónicos com DPOC, insuficiência cardíaca, hipertensão, obesidade e multicrónicos um maior controlo das suas patologias a partir de casa, o que resulta em poupanças consideráveis para os doentes e para o Serviço Nacional de Saúde.

O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, num estudo divulgado em fevereiro de 2017, e após três anos de implementação, apontou para uma redução de 30 por cento em visitas às urgências e de 50 por cento em reinternamentos hospitalares de doentes de DPOC.

Por sua vez, o Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira indica reduções de 85 por cento em episódios de urgência, 56 por cento em reinternamentos hospitalares e de 45 por cento em dias de internamento num ano.

“Já monitorizamos acima de mil pessoas. Atualmente, estamos concentrados na gestão das doenças crónicas, mas a solução tem enorme potencial em termos preventivos”, adianta Francisco Norton de Matos, da Hope Care, empresa criada em 2012 com a missão de promover uma saúde sem barreiras, sendo a primeira do setor do Telecuidado e Telesaúde em Portugal a aliar serviços, plataformas tecnológicas e produtos, o que lhe permite oferecer um serviço de cuidados sociais e de saúde totalmente inovador.

A Hope Care estima fechar o ano com o HC Alert implementado em dez hospitais e com uma faturação de 500 mil euros. “Acreditamos, no entanto, que o crescimento será exponencial em 2020; o potencial é enorme, pois a necessidade de uma solução como esta existe em todos os hospitais nos mais variados pontos geográficos. Já implementámos projetos de telemedicina em países como Bélgica ou Suíça, mas projetamos para o próximo ano a extensão da nossa expansão internacional. Além de estarmos em negociações com entidades de saúde de vários países, perspetivamos que a nossa presença no catálogo internacional da Microsoft, nos trará ainda mais contactos”, antecipa Francisco Norton de Matos.

A evolução tecnológica será também um trunfo. Atualmente, os doentes apenas têm de recolher os seus dados biométricos com equipamentos que muitos, por sofrerem de patologias crónicas, já dispunham em casa, como tensiometros, glucometros, termómetros, oxímetros, entre outros, e enviarem-nos para uma plataforma inteligente que faz a triagem automática do seu estado de saúde mediante o protocolo clínico prescrito.

“Já detetámos e encaminhámos algumas emergências, mas, como na tecnologia as monitorizações são diárias, conseguimos acompanhar o histórico e o padrão do doente, pelo que, havendo algum desvio, o nosso call center entra imediatamente com contacto com o paciente, encaminhando-o para um hospital e evitando, assim, episódios urgentes”, explica o responsável da Hope Care. Com a evolução de dispositivos weareble e smartwatches, será possível acompanhar cada vez mais casos.

De referir que a distinção do projeto pelo programa Born from Knowledge contribuiu, segundo Francisco Norton de Matos, “para credibilizar a solução e comprovar a sua inovação tecnológica”.

Efetivamente, a iniciativa pretende dotar Portugal de um programa de promoção e valorização de ideias, projetos e empresas “nascidos” do conhecimento científico e/ou tecnológico colaborativo, com impacto na sociedade e no desenvolvimento da economia.

O Born from Knowledge é promovido no âmbito do SIAC – Iniciativa de Transferência do Conhecimento, cofinanciado pela União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, enquadrado no Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (COMPETE 2020) do Portugal 2020.

“A inovação tecnológica com base no conhecimento científico é cada vez mais uma realidade em Portugal e o crescente número de candidaturas aos prémios dos nossos parceiros, de cujos finalistas selecionamos os vencedores da distinção Born from Knowledge, é disso prova. Mas o caminho não é fácil. Ser uma startup e implementar uma solução inovadora no mercado é um desafio duplo. Por isso, ficamos orgulhosos por contribuir para dar visibilidade a projetos como o HC Alert e perceber que estão a conquistar as suas quotas em mercados competitivos”, afirma Eduardo Maldonado, presidente da ANI.

Fonte: Agência Nacional de Inovação (ANI)

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