Hospital de S. João cria plataforma para sintetizar informação
O Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto, desenvolveu uma plataforma que, ao compilar a informação presente em textos clínicos, permite aos médicos acederem a informação mais “detalhada” e “sintetizada” sobre os doentes.
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Em entrevista à agência Lusa, Afonso Pedrosa, diretor do serviço de inteligência artificial do CHUSJ, explicou que o projeto Digital Patient, desenvolvido em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e a empresa Priberam visa “retirar a informação mais útil” dos textos clínicos.
No âmbito deste projeto, iniciado em junho de 2016 e financiado pelo programa Norte2020 em 1,2 milhões de euros, os investigadores e especialistas em linguística recorreram à inteligência artificial (mineração de dados) para criar uma plataforma que conseguisse “ler automaticamente os textos gravados sobre os doentes”, e, consequentemente, criasse “palavras-chave”.
Segundo Afonso Pedrosa, esta plataforma permite assim “traçar um retrato do doente de maneira relativamente fácil para o clínico”, tornando-se útil não só durante o processo de entrada do doente no serviço de urgências, mas também durante as primeiras consultas médicas ou períodos de internamento.
À Lusa, o responsável adiantou que a plataforma está neste momento a ser testada por 30 clínicos, sendo que o objetivo é, até ao final deste ano, implementá-la no serviço de urgências e no futuro alargá-la a todo o hospital.
O projeto Digital Patient venceu, na categoria de “Value Proposition” a edição de 2019 do prémio da HINTT, uma iniciativa que visa promover a maturidade digital das instituições de saúde e que destaca a sua contribuição para a adoção de estratégias eficientes.