DIA MUNDIAL

Uma em quatro pessoas morre de doenças relacionadas com a trombose

Uma em cada quatro mortes no mundo está relacionada a uma doença silenciosa com diagnóstico clínico difícil: a trombose, o que a torna a principal causa de morte cardiovascular evitável.

Uma em quatro pessoas morre de doenças relacionadas com a trombose

SOCIEDADE E SAÚDE

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Celebrado anualmente a 13 de outubro, o World Thrombosis Day é um movimento global, liderado pela Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH – International Society on Thrombosis and Haemostasis), que, em Portugal, conta com o apoio do Grupo de Estudos de Cancro e Trombose (GESCAT) para promover a consciencialização sobre a trombose, doença pouco conhecida, mas potencialmente letal, aumentando o conhecimento e compreensão sobre os riscos e a importância da sua prevenção.

Para Sérgio Barroso, médico oncologista e presidente do GESCAT, o primeiro passo para a prevenção é entender como a trombose se manifesta no corpo. “A trombose consiste na formação de um coágulo de sangue (trombo), numa veia localizada profundamente que dificulta ou impede o fluxo normal de sangue. Nos casos em que o trombo é formado no interior da coxa ou da perna (também pode acontecer no braço ou noutras partes do corpo), caracteriza-se por trombose venosa profunda (TVP)”.

“O maior problema é quando o coágulo se desprende e se movimenta na corrente sanguínea, correndo-se o risco deste viajar até aos pulmões e originar a embolia pulmonar (EP). Tanto a TVP como a EP podem levar à morte por tromboembolismo venoso (TEV)”, afirma o especialista. Apesar da gravidade, a grande parte da população desconhece os problemas relacionados com esta patologia silenciosa.

Na verdade, segundo a ISTH, as ocorrências de TEV causam mais mortes por ano na Europa e nos Estados Unidos da América do que todos os casos de SIDA, cancro da mama, cancro da próstata e acidentes de viação.

Com uma em cada quatro pessoas a morrer diariamente em todo o mundo, devido a uma doença relacionada com a trombose, o foco do Dia Mundial de Combate à Trombose em 2019 é a hospitalização, a trombose associada ao cancro e a incidência da doença nas mulheres devido à exposição a fatores de risco adicionais, como a pílula anticoncecional e a gravidez.

“A hospitalização constitui um fator de risco significativo para o desenvolvimento de um TEV, porque os hospitais ainda não adotaram protocolos obrigatórios para ajudar a evitar problemas trombóticos que ocorrem geralmente, após uma cirurgia, corte ou falta de movimento por muito tempo, sendo mais frequente após procedimentos cirúrgicos ortopédicos, oncológicos e ginecológicos. Até 60 por cento dos casos de TEV ocorrem durante a hospitalização ou dentro de 90 dias, no pós-alta. Daí que um doente bem informado sobre a sua condição pode permitir maior sucesso nos tratamentos e garantir/exigir melhores cuidados durante a hospitalização. E se tiver alguma dúvida com algum dos sintomas deve procurar ajuda junto do médico assistente”, explica o presidente do GESCAT.

“Apesar de ser um problema que geralmente afeta mais mulheres, os homens também correm o risco de sofrer uma trombose. Em números, quando é avaliada apenas a faixa entre 20 a 40 anos, a incidência de trombose é um pouco maior nas mulheres pela maior exposição a fatores de risco, como os anticoncecionais e a gravidez. E, tal como associados a grande parte das doenças, temos outros fatores de risco como, a obesidade, o tabagismo e o consumo excessivo de álcool que contribuem fortemente para aumentar os riscos de formação de um coágulo nas veias levando ao seu entupimento e impedindo que o sangue circule normalmente. A população oncológica, devido à quimioterapia, radioterapia, hospitalização e imobilidade têm um risco acrescido de desenvolver um TEV”, esclarece o médico oncologista.

Sendo o acesso aos cuidados de saúde fundamental, é importante que as pessoas estejam atentas à realidade desta doença e a prestar a devida atenção aos sinais do seu corpo.

A TVP (trombose venosa profunda) manifesta-se habitualmente através de um dos seguintes sintomas: dor na barriga da perna (porque as veias da perna têm maior dificuldade de transportar o sangue para o coração), calor, inchaço, sensação de pele esticada e vermelhidão evidente na perna ou no braço. Já os sinais de EP (embolia pulmonar) contemplam: falta de ar inexplicável, dor no peito (especialmente quando respira profundamente), vertigens/tonturas e/ou desmaios e tosse com sangue.

Atitudes simples do dia a dia como evitar ficar muito tempo sentado sem se movimentar, manter uma alimentação equilibrada, praticar exercício físico regularmente, manter o peso, evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, principalmente se associado ao cigarro e ao uso de anticoncecionais e fazer uso de meias elásticas caso tenha algum histórico pessoal ou familiar de formação de coágulos sanguíneos.

O presidente do GESCAT alerta que, ao identificar os principais sintomas da trombose, é necessário procurar imediatamente ajuda médica para confirmar o diagnóstico da trombose suspeita e começar rapidamente o tratamento da doença.
Uma vez confirmado o diagnóstico, o tratamento da trombose venosa profunda deve começar imediatamente para impedir o crescimento do coágulo sanguíneo, impedir que o coágulo avance para outras regiões do corpo e, assim, evitar uma possível embolia pulmonar.

O tratamento pode contemplar anticoagulantes para impedir que os coágulos sanguíneos se desloquem para os pulmões e meias de compressão para melhorar o edema causado pela trombose.

Fonte: Creative Press (press release)

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