VACINA

Oncologia, IC e Enfermeiros de Reabilitação juntam-se ao MOVA

Conscientes do papel fundamental da prevenção, e de que ainda são demasiados os casos não-vacinados entre os grupos de risco e alto risco (e de que ainda existe um elevado número de população de risco e alto risco não vacinada), a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), a Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca (AADIC) e a Associação Portuguesa dos Enfermeiros de Reabilitação (APER) juntam-se agora ao MOVA – Movimento Doentes Pela Vacinação.

Oncologia, IC e Enfermeiros de Reabilitação juntam-se ao MOVA

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Com a entrada da LPCC, da AADIC e da APER, o MOVA fica agora composto por dez entidades. Todas distintas nas patologias e nas causas que defendem, e todas unidas num objetivo comum: a promoção dos direitos dos (seus) doentes.

Quem sofre de doença oncológica tem, em média, 30 a 40 por cento maior probabilidade de contrair pneumonia pneumocócica. Também a taxa de mortalidade é superior – quando comparados casos de pneumonia em doentes com e sem cancro, o risco de morte por doença por pneumococos é, no mínimo, duas vezes mais elevado.

Os doentes com insuficiência cardíaca apresentam maior risco de pneumonia. A pneumonia, por outro lado, também tende a potenciar os problemas cardíacos. Nos primeiros três dias de internamento, pessoas com pneumonia têm um risco cinco vezes superior de terem um enfarte do miocárdio, comparativamente a pessoas saudáveis.

O risco mantem-se elevado durante três meses, período em que ascende aos 40 por cento. O risco de eventos cardiovasculares é reduzido em 36 por cento com a administração da vacina da gripe e em 17 por cento com a vacina da pneumonia pneumocócica.

Os profissionais de saúde são fundamentais na divulgação de informação e na sensibilização destes grupos. É, por isso, com enorme satisfação que o MOVA recebe a Associação Portuguesa dos Enfermeiros de Reabilitação.

Os Enfermeiros são, por si só, uma classe fundamental no acompanhamento, na divulgação de informação fidedigna e no aconselhamento dos doentes. No caso dos Enfermeiros de Reabilitação, acrescenta-se a mais-valia de lidarem, diariamente, com os principais grupos de risco e alto risco de contrair pneumonia.

Existe, desde junho de 2015, uma Norma da Direção-Geral da Saúde (DGS), que recomenda a vacinação antipneumocócica a todos os adultos (pessoas com mais de 18 anos) pertencentes aos grupos de risco, nomeadamente diabéticos, doentes oncológicos, pessoas com asma, DPOC ou doença cardíaca crónica. Também recomendada para estes e outros grupos, a vacinação antigripal desempenha um papel fundamental na prevenção.

Entre os doentes oncológicos, pessoas com doença neoplásica ativa são consideradas grupos de alto risco. Estão, por isso, entre aqueles que têm direito à vacinação antipneumocócica sem quaisquer custos. Embora a vacinação ainda não seja gratuita, os doentes cardíacos têm recomendação formal da DGS para se vacinarem contra a pneumonia. Insuficiência cardíaca crónica, doença cardíaca isquémica, hipertensão arterial pulmonar e cardiomiopatias estão particularmente indicadas.

À semelhança do que acontece com outras patologias, no caso da pneumonia, a falta de informação e/ou de aconselhamento, são a principal causa das reduzidas taxas de vacinação. Cabe a profissionais de saúde como Médicos e Enfermeiros, a importante tarefa de reverter este cenário.

O acesso à informação é o primeiro passo para a uma boa prevenção. “As pessoas estão pouco informadas. Mesmo no caso de quem está recomendado e pertence aos grupos de alto risco, logo, com acesso gratuito à vacina contra a pneumonia, as taxas de vacinação são extremamente baixas. Seja por falta de informação sobre os seus direitos, seja porque não houve prescrição, o facto é que ainda há muitos grupos por imunizar”, explica Isabel Saraiva, vice-presidente da Respira, fundadora do MOVA e presidente da Fundação Europeia do Pulmão.

Movimento de cidadania, o MOVA foi fundado há pouco mais de dois anos pela Respira, com o apoio da Fundação Portuguesa do Pulmão e do GRESP. Seguiu-se a entrada da Liga Portuguesa Contra a Sida, da Associação Portuguesa de Asmáticos, da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais e da FPAD – Federação Portuguesa de Associações de Pessoas com Diabetes, a quem agora se junta a Liga Portuguesa Contra o Cancro, a Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca e a Associação Portuguesa dos Enfermeiros de Reabilitação.

“É com enorme satisfação que recebemos estes três novos membros, associações que dispensam apresentações e que nos vão permitir chegar diretamente aos maiores grupos em risco. Somos, agora, dez entidades dispostas a trabalhar em conjunto para informar, sensibilizar e promover os direitos dos nossos doentes”, continua Isabel Saraiva.

A vacinação deve ser uma preocupação de todos, e deve estar presente em todas as fases das nossas vidas, sobretudo naquelas em que estamos mais fragilizados – casos de doença ou de envelhecimento do nosso organismo.

“Um inquérito que lançámos recentemente revelou que começamos, como comunidade, a ter uma boa consciência da importância da vacinação, não só nos mais novos, mas em todas as faixas etárias. No entanto, o mesmo inquérito concluiu que continua a haver algum desconhecimento entre quem devia estar mais informado, no caso, os grupos em maior risco – desta faixa, apenas 44,62 por cento tinha sido aconselhado a vacinar-se contra a pneumonia. Trabalhamos, diariamente, para inverter este cenário”, conclui Isabel Saraiva.

Fonte: Multicom (press release)

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