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Declínio mental poderá ser provocado por doenças e não pela idade

Cientistas e médicos especialistas em geriatria reunidos numa conferência organizada pela Sociedade Norte-Americana de Geriatria (AGS) afirmaram que o declínio mental poderá ser provocado por doenças e não pelo avançar da idade.

Declínio mental poderá ser provocado por doenças e não pela idade

DOENÇAS E TRATAMENTOS

MELASMAS, MANCHAS DA PELE

O encontro permitiu listar evidências crescentes que mostram que doenças relacionadas com a idade - em vez da idade em si - podem ser a principal causa do declínio cognitivo largamente presente nas pessoas mais velhas.

E, embora a velhice continue sendo o principal fator de risco para o comprometimento cognitivo, os cientistas acreditam que estudos futuros podem esclarecer conexões mais complexas e diferenciadas entre a saúde cognitiva, a saúde geral e a forma como abordamos a idade.

“Tem sido dito há muito tempo que as questões cognitivas são apenas parte do envelhecimento. Mas a pesquisa médica contemporânea mostra como as mudanças corporais que levam a doenças como demência aparecem muito antes dos sintomas que associamos à velhice”, afirmou Christopher Carpenter, um dos coordenadores da conferência.

A principal mensagem dada durante o encontro foi o reconhecimento de que “o cérebro não é uma ilha”, um ponto de vista que se tornou tacitamente aceite com o avançar dos estudos na área da neurociência, marcadamente centradas no cérebro.

Como o objetivo da conferência foi analisar o impacto do comprometimento cognitivo do ponto de vista de diversas especialidades, um ponto crítico para os estudiosos foi a complexa relação bidirecional entre a cognição e o resto do corpo.

Essa mudança de mentalidade tem impacto direto sobre a prática clínica, conforme as deficiências cognitivas podem servir como indicadores ou influenciadores no curso de outras doenças e condições.

Por exemplo, o comprometimento cognitivo talvez seja “o mais forte preditor independente” de readmissão e mortalidade hospitalar para idosos que sofrem de insuficiência cardíaca.

Outro exemplo é que cientistas e médicos das mais diversas áreas da saúde já haviam observado a relação crítica entre duas das suas principais preocupações: a demência e o delírio, o termo médico para confusão mental de início rápido e abrupto, um estado mental alterado, que afeta milhões de adultos mais velhos anualmente.

Os estudos sugerem agora que delírio e demência são fatores de risco mutuamente inclusivos, com casos de um provocando riscos para o outro. Assim, a prevenção do delírio pode oferecer uma oportunidade sem precedentes de prevenir ou diminuir o declínio cognitivo futuro, concluíram os participantes da conferência.


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