PEDIATRIA

Falta definir estratégia para a investigação em oncologia pediátrica

A comemorar os seus dez anos, a Fundação Rui Osório de Castro (FROC) apela à importância da existência de um registo nacional e da definição de uma estratégia nacional para a investigação em oncologia pediátrica.

Falta definir estratégia para a investigação em oncologia pediátrica

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Segundo o relatório da Direção-Geral da Saúde “Saúde Infantil e Juvenil”, de 2018, as neoplasias, apesar de raras, são a principal causa de morte por doença em crianças e adolescentes, sendo responsáveis por 32 por cento da mortalidade entre os cinco e os 14 anos e por 22 por cento da mortalidade entre os 15 e os 18 anos.

Contudo, estes dados não chegam para perspetivar o futuro da oncologia pediátrica, que teve a sua última grande avaliação estatística em 2005 e que apontava, na altura, para cerca de 350 novos casos por ano, com uma taxa de crescimento de um por cento e uma taxa de sobrevivência a rondar os 80 por cento.

Por isso, no mês de sensibilização para o cancro infantil, a Fundação Rui Osório de Castro, que comemora este ano os seus dez anos, apela à importância da existência de um registo nacional e da definição de uma estratégia nacional para a oncologia pediátrica.

“Apesar de legislada a sua obrigatoriedade, a falta de recursos, sobretudo humanos, faz com que a existência deste registo não seja ainda uma realidade”, afirma Cristina Potier, diretora-geral da FROC.

“Sem conhecermos uma realidade não é possível melhorá-la” e, “embora os dados apontem para uma taxa de sobrevida a cinco anos, o cancro continua a ser a maior causa de morte por doença em crianças e jovens, existindo ainda um grande desconhecimento sobre as suas causas”, afirma.

“É fundamental que exista investigação clínica e ensaios clínicos específicos para a oncologia pediátrica, porque as características e as reações e os protocolos seguidos no cancro de uma criança podem, e geralmente são, muito diferentes do adulto”, esclarece ainda.

Cristina Potier acrescenta ainda que, por isso, é “preciso investir, planear e organizar a investigação nesta área para percebermos melhor quais as causas, para procurar tratamentos com menos efeitos secundários, para fazer crescer a taxa de sobrevivência para perto dos 100 por cento e para garantir uma qualidade de vida na sobrevivência com o mínimo de sequelas possível”.

Além do apoio financeiro que a FROC disponibiliza para a realização de ensaios clínicos em Portugal, o Prémio Rui Osório de Castro/Millennium bcp, que este ano tem a sua 4.ª edição, há outras formas através da qual a FROC apoia a área da Oncologia Pediátrica em Portugal.

Melhorar a qualidade e a quantidade de informação disponível para os familiares e amigos das crianças com cancro também tem sido um dos focos do seu trabalho. Exemplo disso é o portal PIPOP, criado em 2010, com informação sobre a doença, direcionadas para o adulto e para a criança, com notícias e eventos da área e que desde o seu lançamento já conta com mais de 310 mil visitas.

Para marcar os dez anos da Fundação e assinalar também o Setembro Dourado, o Maestro Rui Massena une-se à Fundação Rui Osório de Castro para um concerto solidário, que acontece já no próximo dia 27, às 21h00, no Teatro São Luiz, em Lisboa.

Os bilhetes já estão à venda em https://www.teatrosaoluiz.pt/espetaculo/rui-massena-solo/ e variam entre 11€ e 22€, revertendo a totalidade da receita de bilheteira para a instituição.

Fonte: Guesswhat (press release)

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