Em 2018, no mesmo período, foram registrados 100 858 casos prováveis. Observa-se, desta forma, um incremento de 282 por cento no número de casos prováveis em 2019, quando comparado com o mesmo período ano anterior.

Segundo a Sociedade Brasileira de Infetologia, vários fatores estão a contribuir para essa situação. Possivelmente, aliada a fatores ambientais (calor intenso, com chuva intermitente), há também um grande número de pessoas sem imunidade contra sorotipos de dengue circulantes.

Outra contribuição importante para esse número elevado em 2019 é a alta prevalência de Aedes aegypti, vetor de várias doenças, nas principais regiões do país. Ainda existe uma alta prevalência do sorotipo DENV-2 no Sudeste, enquanto várias áreas do Nordeste enfrentam uma epidemia do sorotipo DENV-1.

Até ao final do outono, os casos de doentes infetados ainda estão a aumentar no Brasil, o que é outro motivo de preocupação entre os profissionais de saúde e investigadores. Com a chegada do inverno, os especialistas dizem que há uma desaceleração na epidemia. Espera-se que haja uma redução acentuada no número de casos.

Em 2019, houve mais casos de dengue com sinais de alarme, dengue grave e óbitos, o que provavelmente se deve à predominância do sorotipo DENV-2 na maior parte do país. Este sorotipo tem maior potencial para gravidade, além de ter circulado pouco nos últimos anos, havendo, assim, um maior número de indivíduos suscetíveis à infeção por esse sorotipo.