DOENÇA

Diarreia do viajante atinge até 50% dos que viajam para fora

Segundo dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), a diarreia do viajante pode afetar até 50 por cento das pessoas que viajam para o estrangeiro, dependendo do destino. Este problema de saúde ocorre normalmente durante a viagem - 12 a 72 horas após a ingestão de água ou alimentos contaminados -, podendo prolongar-se no regresso ao país de origem.

Diarreia do viajante atinge até 50% dos que viajam para fora

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A diarreia do viajante está associada, sobretudo, a culturas gastronómicas e técnicas culinárias diferentes das nossas e especialmente com condições sanitárias e de higiene menos rigorosas na manipulação e preparação dos alimentos.

Segundo Vitória Rodrigues, microbiologista clínica do grupo SYNLAB, “esta é uma infeção intestinal que altera temporariamente e desequilibra a microbiota intestinal, um conjunto de microrganismos que coloniza o nosso intestino e que tem um papel fundamental na nossa saúde e no nosso bem-estar, protegendo-nos de infeções”.

“A diarreia do viajante ocorre quando as pessoas são expostas a bactérias ou, com menor frequência, a vírus ou parasitas contra os quais não desenvolveram imunidade porque nunca tiveram contato com eles. Por isso, as pessoas originárias de países mais desenvolvidos têm um risco mais elevado”, destacou a responsável.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o risco de contrair diarreia do viajante é mais elevado nos países ou locais em vias de desenvolvimento: Ásia, Médio Oriente, África, América Latina são os destinos onde a probabilidade de ter este problema é maior.

Por sua vez, Europa de Leste, Europa do Sul e algumas ilhas das Caraíbas são países onde o risco é moderado, sendo também necessário ter alguma precaução. Pode ocorrer mesmo no nosso país.

Os sintomas começam geralmente de forma súbita, com aumento da frequência de idas à casa de banho (com fezes líquidas, por vezes, com sangue e/ou acompanhadas de febre) acompanhadas de cólicas abdominais, náuseas e vómitos. O maior risco associado a este problema de saúde é a desidratação, em particular nos grupos mais vulneráveis como crianças, grávidas, idosos e doentes crónicos.

A maior parte dos casos de diarreia do viajante não são graves e os sintomas desaparecem num curto espaço de tempo (três a cinco dias), sem ser necessário tratamento.

No entanto, devem ser realizados exames laboratoriais ao sangue e às fezes nos casos de diarreia persistente ou aguda acompanhada de febre e/ou fezes com sangue e ainda em indivíduos mais suscetíveis ou que estiveram numa região geográfica onde se verificou a presença de cólera.

“Os exames laboratoriais permitem a identificação do agente infetante conduzindo ao tratamento específico e dirigido, ao mesmo tempo que permitem identificar os agentes infeciosos circulantes em determinado local e ainda a presença de surtos”, afirma a especialista Vitória Rodrigues.
Para prevenir este tipo de situações são necessários cuidados de higiene pessoal, que passam por lavar as mãos antes de comer e numa seleção e escolha de certos tipos de bebidas e alimentos, bem como os locais onde vamos comer.

“Prevenir significa nem sempre comer quando, onde e o que se quer. Mesmo os viajantes que evitam beber a água local podem-se infetar ao escovar os dentes com a água da torneira, sendo recomendado utilizar água engarrafada para esse efeito. Colocar gelo feito com água local em qualquer bebida, ou ingerir alimentos crus, manuseados incorretamente ou lavados com a água local também constitui um risco”, conclui.

Fonte: Guesswhat (press release)

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