Infeção por VIH pode causar problemas cognitivos
Um estudo de cientistas da Universidade de Pittsburgh, da Universidade de Yale e da Universidade da Carolina do Norte, todas nos Estados Unidos, mostrou que, ao fim de dez anos de tratamento, o vírus do VIH ainda se encontrava alojado no líquido cefalorraquidiano em cerca de metade dos 69 participantes de um ensaio clínico. O estudo foi publicado no Journal of Clinical Investigation.
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Sabe-se que durante o tratamento antirretroviral, algum ADN do VIH ainda permanece em algumas células sanguíneas e daí não ser curada a infeção. Contudo, desconhecia-se a persistência do vírus no cérebro.
Das pessoas identificadas como tendo o vírus alojado neste local, cerca de 30 por cento demonstraram debilitação cognitiva.
Várias hipóteses foram colocadas pelos investigadores para esta associação, incluindo que poderá não ser a presença atual do vírus a causa dos problemas cognitivos.
Existe a possibilidade de a infeção inicial se ter dado com maior prevalência nas células do sistema nervoso central que, neste momento, ainda preservam o vírus, ou os problemas cognitivos se terem desenvolvido muito cedo, mesmo antes do início do tratamento.
“É difícil tratar infeções escondidas no cérebro e o VIH provavelmente não é exceção à regra. O nosso trabalho vem ajudar na procura por uma cura da infeção pelo VIH”, disse John Mellors, autor sénior do estudo.
Este achado ajuda a expor a razão pela qual algumas pessoas, cujo vírus está controlado, experienciam problemas de memória, de concentração e em realizar tarefas complexas e, enquanto não existe uma cura que elimine o vírus do cérebro, ajuda os médicos a identificar quais os pacientes que requerem mais atenção a nível cognitivo.