ESCLEROSE

Pacientes com esclerose múltipla com maior risco de cancro

Os pacientes com esclerose múltipla (EM) podem ter um maior risco de desenvolver cancro do que a população em geral, revelam os resultados de um novo estudo apresentado no Congresso da Academia Europeia de Neurologia.

Pacientes com esclerose múltipla com maior risco de cancro

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Baseado nos registos clínicos de 6 935 pacientes noruegueses com EM nascidos entre 1930 e 1979, o estudo foi o primeiro a comparar a incidência de cancro entre pacientes com aquela doença neurológica e irmãos não afetados pela mesma.

“Este estudo foi o primeiro a comparar o risco de cancro na EM com irmãos não afetados de pacientes com EM. A avaliação do risco entre estes dois grupos é extremamente interessante porque partilham os mesmos genes e condições ambientais”, afirmou Nina Grytten, do Hospital Universitário de Haukeland, em Bergen, na Noruega, e investigadora que liderou o estudo.

Os investigadores contaram ainda com dados de 8 918 irmãos sem EM e de 38 055 indivíduos da população geral sem a doença. Os participantes foram seguidos durante um período de 58 anos.

Como resultado, foi observado um aumento de 66 por cento no risco de cancro respiratório nos pacientes com EM. Os pacientes com EM apresentavam ainda um risco 52 por cento mais elevado de cancro nos órgãos do sistema nervoso central, 51 por cento no cancro urinário e 14 por cento no risco de cancro em geral.

Os investigadores detetaram ainda que os irmãos de pacientes com EM que não tinham a doença apresentavam um risco mais elevado de cancro hematológico (que inclui o mieloma, linfoma e leucemia), em relação aos pacientes com EM e à população em geral.

Segundo a equipa, este último achado poderá significar que a EM e o cancro hematológico possuem a mesma etiologia, uma hipótese que se se revelar verdade poderá ser importante em futuros tratamentos da EM e na prevenção de ambas as doenças.

“Esta investigação sugere a necessidade de uma maior consciencialização sobre o risco de cancro entre os pacientes com EM, que poderá conduzir a um diagnóstico mais rápido do cancro e a um tratamento mais eficaz de forma a melhorar os resultados e sobrevivência”, destacou Nina Grytten.

A investigação indicou ainda que os pacientes com EM apresentam uma longevidade sete anos menor, em média, do que o resto da população.


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