Diferentes estratégias para reduzir consumo de refrigerantes
O consumo de bebidas açucaradas é considerado um fator-chave na epidemia global de obesidade, além de estar relacionado à cárie dentária, diabetes e doenças cardíacas.
DOENÇAS E TRATAMENTOS
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Muitos órgãos de saúde pública, incluindo a Organização Mundial de Saúde (OMS), convocaram os governos, a indústria de alimentos e bebidas, instituições de ensino, empresas e a sociedade civil para apoiar escolhas de bebidas mais saudáveis.
Entre os que se empenham no esforço está a Colaboração Cochrane, uma organização sem fins lucrativos independente, da qual fazem parte mais de 28 mil voluntários em mais de 100 países.
A entidade possui uma coleção de bancos de dados em medicina e saúde que permite realizar revisões sistemáticas e meta-análises, estudos amplos que resumem e interpretam os resultados da pesquisa médica.
A entidade lançou agora uma nova revisão que resume as evidências das pesquisas testando diferentes maneiras de reduzir o consumo de bebidas açucaradas em nível populacional.
Os 58 estudos analisados foram feitos em 19 países, numa variedade de ambientes, incluindo escolas, cafés, restaurantes, residências e lojas de varejo.
Foi avaliada uma ampla gama de diferentes abordagens para reduzir o consumo, como rotulagem e precificação dos refrigerantes e similares, além de alternativas saudáveis. Também foram analisadas iniciativas políticas mais amplas, como campanhas comunitárias para incentivar escolhas mais saudáveis.
Os autores da revisão identificaram uma série de medidas que a evidência científica disponível indica reduzir a quantidade de bebidas açucaradas que as pessoas bebem. Essas medidas incluem: Existência de etiquetas fáceis de compreender, como rótulos “semáforos” e rótulos que classificam a salubridade de bebidas com estrelas ou números; Limites à disponibilidade de bebidas açucaradas nas escolas; Aumentos de preço das bebidas açucaradas em restaurantes, lojas e centros de lazer; Menus infantis em restaurantes de cadeias fast-food que incluem bebidas mais saudáveis, em vez de bebidas açucaradas como padrão; Promoção e melhor colocação de bebidas mais saudáveis nos supermercados; Benefícios de alimentação do governo (como vale-refeição) que não podem ser usados para comprar bebidas açucaradas; Campanhas comunitárias focadas no apoio a escolhas de bebidas saudáveis e Medidas que melhoram a disponibilidade de bebidas de baixa caloria em casa, por ex., através de entregas domiciliares de água engarrafada e bebidas dietéticas.
Os autores da revisão também encontraram evidências de que a melhoria da disponibilidade de água potável e bebidas dietéticas em casa pode ajudar as pessoas a perder peso. Há também outras medidas que podem influenciar a quantidade de bebidas açucaradas que as pessoas bebem, mas, para elas, a evidência disponível é menos certa.
“Esta revisão destaca os elementos essenciais para uma estratégia abrangente para dar suporte a escolhas de bebidas saudáveis para toda a população. No entanto, precisamos trabalhar mais para compreender o que funciona melhor em ambientes específicos, como escolas e locais de trabalho, para pessoas de diferentes níveis socioeconómicos e tradições culturais, e em países de diferentes níveis de desenvolvimento económico. Isso poderia ajudar-nos a melhorar ainda mais as abordagens existentes. Os formuladores de políticas e profissionais que implementam essas medidas devem, portanto, cooperar com os pesquisadores para permitir avaliações de alta qualidade”, disse a professora Eva Rehfuess, da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, membro da equipa de revisão.