Qualquer célula imatura poderá transformar-se em célula-tronco
Cientistas da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca, fizeram uma descoberta que contraria todo o conhecimento científico atual sobre o desenvolvimento natural das células-tronco.
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Num artigo publicado na revista Nature, os investigadores demonstraram que o “destino” das células não é predeterminado, mas sim determinado pelo seu ambiente, o que significa que pode ser mais fácil manipular as células-tronco para terapias do que se imaginava.
A principal conclusão é que todas as células têm o potencial de se transformarem em células-tronco.
“Nós costumávamos acreditar que o potencial de uma célula para se tornar uma célula-tronco era predeterminado, mas os nossos novos resultados mostram que todas as células imaturas têm a mesma probabilidade de se tornar células-tronco no órgão completamente desenvolvido”, disseram os cientistas.
“Em princípio, é simplesmente uma questão de estar no lugar certo, na hora certa. Aqui, os sinais do entorno das células determinam o seu destino. Se formos capazes de identificar os sinais que são necessários para a célula imatura transformar-se em célula-tronco, será mais fácil manipular células na direção desejada”, disse o professor Kim Jensen, coordenador da equipa.
A descoberta surpreendente é o resultado de uma procrua pela compreensão do que controla o destino das células-tronco intestinais. Para isso, o investigador Jordi Guiu desenvolveu um método para monitorizar o desenvolvimento das células intestinais individuais, o que foi possível introduzindo proteínas luminescentes nas células e usando microscopia avançada.
Após os testes iniciais, as células que os pesquisadores acreditavam serem células-tronco fetais só conseguiram explicar uma fração do crescimento dos intestinos durante o desenvolvimento fetal.
Após refinar os métodos de análise, foi possível verificar que todas as células intestinais podem ter a mesma probabilidade de se tornarem células-tronco. Tudo depende da necessidade e da localização da célula comum.
“O próximo passo é determinar precisamente quais sinais são necessários para as células imaturas se desenvolverem no tipo de células-tronco que precisamos. Este é um dos nossos focos de pesquisa”, disse Jensen.
Ao longo da vida, os órgãos do corpo são mantidos pelas células-tronco, que também são capazes de reparar danos menores nos tecidos. Uma melhor compreensão dos fatores que determinam se uma célula imatura tem capacidade para se transformar ou não numa célula-tronco pode, portanto, ser útil no desenvolvimento de células-tronco para terapias e transplantes.