ESTATÍSTICA

Doença pneumocócica invasiva duplica em Portugal

Cerca de 75 por cento dos casos de doença pneumocócica invasiva registados na Europa em crianças abaixo dos cinco anos foram causados por um serotipo que não está incluído em qualquer das vacinas disponíveis, concluiu um relatório europeu.

Doença pneumocócica invasiva duplica em Portugal

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O Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) divulgou um relatório que aponta para um contínuo aumento dos casos confirmados, entre 2014 e 2017, de doença pneumocócica invasiva, que pode provocar meningites ou septicemias.

Em Portugal, a taxa de casos por 100 mil habitantes mais do que duplicou entre 2015 e 2017, mas mantém-se bem abaixo da média dos 31 países analisados.
 
Portugal tinha, em 2017, uma taxa de 2,9 casos por 100 mil habitantes, quando a média europeia é de 6,2. Em 2015, Portugal tinha registado 142 casos, no ano seguinte 163 e, em 2017, registou 301 casos da doença.

O pneumologista e intensivista Filipe Froes explica que a doença invasiva pneumocócica pode ser considerada um “marcador indireto do envelhecimento”, significando que é um sinal de que a população está a viver mais tempo.

“Em Portugal, é preciso continuar o bom trabalho já iniciado e aumentar a cobertura vacinal, sobretudo nos adultos”, indicou, em declarações à agência Lusa, o pneumologista e consultor.

Em termos europeus, as taxas da doença são mais elevadas sobretudo em pessoas a partir dos 65 anos (com 18,9 casos por 100 mil habitantes), seguindo-se as crianças com menos de um ano (14,5 casos por 100 mil pessoas).

As taxas de doença pneumocócica invasiva são geralmente mais elevadas nos homens do que nas mulheres.

Filipe Froes explica que, havendo 97 serotipos da doença, as vacinas disponíveis atualmente só conseguem cobrir 24. Aliás, dos dez serotipos mais frequentes reportados no relatório do ECDC, nove não estão presentes na vacina pneumocócica conjugada, incluída no Programa Nacional de Vacinação (PNV) de Portugal.

“À medida que vamos tendo mais pessoas vacinadas, os outros serotipos [sem vacina] aumentam”, refere à Lusa o pneumologista.

Em Portugal, está integrada no PNV uma vacina contra doença pneumocócica invasiva, sendo, portanto, gratuita para todas as crianças nascidas desde 2015. Esta vacina previne doenças como meningite ou septicemia.

Fonte: Lusa

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