PNEUMONIA

Grande maioria dos portugueses acredita ter vacinas em dia

A grande maioria (94,3 por cento) dos portugueses acredita ter as suas vacinas em dia e 89,1 por cento considera-as fundamentais na prevenção de doenças graves.

Grande maioria dos portugueses acredita ter vacinas em dia

SOCIEDADE E SAÚDE

DEMOGRAFIA, UM OLHAR SOBRE O PERCURSO EUROPEU

No entanto, entre aqueles que pertencem ao grupo com risco acrescido de contrair pneumonia, apenas 44,62 por cento tinha sido aconselhado a vacinar-se contra a doença.

As celebrações da Semana Europeia da Vacinação (24 a 30 de abril), este ano sob o tema “Heróis da Vacinação”, servem, mais uma vez, de mote para que o MOVA – Movimento Doentes pela Vacinação se dirija à população, aos profissionais de saúde e aos governantes, para os sensibilizar sobre a importância da vacinação.

“A vacinação deve ser uma preocupação de todos, e deve estar presente em todas as fases das nossas vidas”, explica Isabel Saraiva, fundadora do MOVA, vice-presidente da Respira e presidente da Fundação Europeia do Pulmão.

“Para ajustarmos as ações do MOVA às necessidades da população, propusemo-nos a avaliar as perceções da comunidade sobre vacinação, através de um inquérito aos nossos seguidores e seus contactos. Os resultados falam por si: começamos, como comunidade, a ter uma boa consciência da importância da vacinação, não só nos mais novos, mas em todas as faixas etárias. Continua a haver, no entanto, algum desconhecimento entre quem devia estar mais informado, no caso, os grupos em maior risco”.

Entre os inquiridos mais vulneráveis à pneumonia (quem sofre de doenças crónicas como diabetes, asma, DPOC, doença respiratória crónica, doença cardíaca, doença hepática crónica, é doente renal ou portador de VIH ou tem mais de 65 anos), apenas 44,62 por cento tinha sido aconselhado pelo seu médico a vacinar-se contra a doença.

Verificou-se ainda que 55,38 por cento, apesar de ter maior probabilidade de a contrair, não tinha sido aconselhado. Isto apesar de, do total dos inquiridos, 94,3 por cento das pessoas acreditar ter as suas vacinas em dia, e de existir, desde 2015, uma Norma da Direção-Geral da Saúde (011/2015) que recomenda a vacinação, de grupos de adultos com risco acrescido de contrair doença invasiva pneumocócica (DIP).

Dados que casam com os resultados apurados quando foi solicitado que os inquiridos selecionassem as patologias para as quais sabiam haver vacina. A pneumonia ficou na última posição.

A gripe foi a que mais se destacou (98,6 por cento), seguida do tétano (97,3 por cento). Bastante mediáticos, o sarampo registou 94,7 por cento, a meningite 91,1 por cento e o HPV 90,3 por cento. Varicela (84,6 por cento), hepatite (82,1 por cento), poliomielite (81,4 por cento) ocuparam as posições seguintes. A lista fechou com a raiva (69,3 por cento) e com a pneumonia (66,9 por cento).

Para 89,1 por cento dos inquiridos, as vacinas são fundamentais na prevenção de doenças graves. Os dados mostraram também que 8,5 por cento considerou-as importantes e dois por cento úteis. Boas notícias: apenas 0,5 por cento as classificou como dispensáveis.

A maioria (94,3 por cento) dos inquiridos acredita ter as suas vacinas em dia e 87,4 por cento afirmou saber para que doenças deve estar vacinado na sua idade. Isto apesar de, nas idas ao médico, apenas 48 por cento falar sobre vacinação,. Esta discrepância pode explicar-se pela existência de outras importantes e fidedignas fontes de conhecimento e aconselhamento, como os profissionais de saúde.

A partir da adolescência, 16,3 por cento dos adultos inquiridos afirma não lhe ter sido recomendada qualquer vacina. Números em linha com o que acontece com os inquiridos com filhos a partir dos dez anos: entre os inquiridos com filhos com mais de dez anos, 88,95 por cento já tinha sido aconselhado a fazer reforço vacinal, 9,39 por cento referiu que não e 1,66 por cento não sabia.

Dos inquiridos com mais de 65 anos, 58 por cento afirmou vacinar-se todos os anos contra a Gripe; 19,81 por cento fá-lo de forma pontual e 21,62 por cento referiu nunca o ter feito.

Observou-se que 96,5 por cento considera que a vacinação, deve ser uma preocupação ao longo da vida, mas, quando questionados sobre que faixas etárias se devem vacinar, apenas 87 por cento selecionou todas as opções: bebés, crianças, adolescentes, jovens adultos, adultos e idosos. Uma percentagem alta, mas, ainda assim, com margem para melhorar.

A vacinação, ao longo da vida é uma das bandeiras do MOVA. Fundado há dois anos pela Respira, durante a Semana Europeia da Vacinação, com o apoio da Fundação Portuguesa do Pulmão e do GRESP, e no seguimento de entradas de referência como a Liga Portuguesa Contra a Sida, a Associação Portuguesa de Asmáticos e a Associação Portuguesa de Insuficientes Renais, o MOVA deu, recentemente, as boas-vindas à FPAD – Federação Portuguesa de Associações de Pessoas com Diabetes.

“Somos, neste momento, compostos por sete entidades. Todas distintas nas patologias e nas causas que defendem, mas todas unidas num objetivo comum: a promoção dos direitos dos doentes”, explica Isabel Saraiva, vice-presidente da Respira e fundadora do MOVA.

“No caso da vacinação antipneumocócica, causa que originou o nosso Movimento, todas as associações de doentes representam grupos de risco, e todas têm indicação para a fazer”, conclui.

Fonte: press release

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