FETO

Placenta num chip revela transporte de cafeína da mãe para o feto

Como os modelos animais de placenta não imitam de forma eficaz a placenta humana, por causa da natureza temporária da placenta e devido aos problemas éticos envolvidos no seu estudo, os biochips de facto têm representado uma nova esperança nesta área.

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Embora já tenham sido desenvolvidos vários modelos de placenta artificial dentro de chips, nenhum desses modelos é completo e ajudam a compreender aspetos específicos da gravidez.

Nicole Hashemi, da Universidade Estadual de Iowa, nos Estados Unidos, queria estudar especificamente como compostos químicos podem ser passados da mãe para o feto.

A cientistas e a sua equipa criou então um modelo simples, mas funcional, da placenta humana dentro de um chip microfluídico, um microlaboratório com canais de apenas 100 milionésimos de metro de altura e 400 milionésimos de metro de largura.

O maior desafio foi descobrir como desenvolver células em ambos os lados de uma membrana porosa e biocompatível que separa os dois canais e representa a barreira placentária.

Eles introduziram uma concentração de cafeína de 0,25 miligrama por mililitro - uma concentração considerada segura pelas diretrizes das autoridades de saúde - no lado materno do modelo por uma hora e monitorizaram as mudanças no lado do feto.

Seis horas e meia após a “ingestão” de cafeína, o lado materno alcançou uma concentração estável de 0,1513 miligrama por mililitro, enquanto o lado fetal alcançou uma concentração estável de 0,0033 após cinco horas, mostrando que o estimulante de facto atinge o feto de forma significativa.

Agora que conseguiram demonstrar que o biochip-placenta funciona, os investigadores afirmaram que o microlaboratório está a ser partilhado com parceiros de pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Ohio para estudar como diferentes drogas atravessam a barreira placentária.

Também tem havido interesse em estudar como as toxinas ambientais são transportadas da mãe para o feto. Estudos futuros poderão incluir a personalização da tecnologia, ajustando o modelo com células de uma mãe ou feto para ajudar a prescrever medicamentos ou dosagens, disseram os autores da investigação.


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