PSIQUIATRIA

Portugal com pedopsiquiatria muito abaixo dos países europeus

Os cuidados de pedopsiquiatria em Portugal estão muito abaixo dos países europeus por falta de investimento governamental, denunciou o vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM).

Portugal com pedopsiquiatria muito abaixo dos países europeus

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“Portugal está muito, muito abaixo dos outros países europeus e do mundo ao nível dos cuidados da pedopsiquiatria, ou seja, da saúde mental das crianças e adolescentes”, disse Pedro Varandas.

O especialista, que integra a comissão organizadora do Encontro Nacional da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, que se realiza em Coimbra desta quinta-feira a sábado, considera que o país “está muito abaixo dos recursos e das políticas públicas que pôs e ainda coloca na ajuda dessas pessoas”.

Para Pedro Varandas, o futuro vai ter de determinar uma prioridade”, que é dita sempre como prioridade, mas que nunca é implementada, com forte investimento financeiro na área da saúde mental da infância e da adolescência”.

“Aqui, estamos abaixo de tudo”, sublinhou o médico, salientando que se chegou a este ponto porque “não houve investimento, e, quando não há investimento, não há recursos, e, quando não há recursos, não se faz, e, portanto, há, aqui, um ciclo negativo”.

Segundo o vice-presidente da SPPSM, “tudo, mas tudo o que não foi feito determinou que tenha havido um certo abandono dos cuidados de saúde mental ao nível da criança e do adolescente”.

“Isso vai ter de ser prioritário, porque a recuperação destes jovens e adolescentes significará adultos melhores, mais capazes, e adultos socialmente produtivos e não adultos que são, depois, onerosos para a própria sociedade e que vivem em sofrimento sem que lhes tenha sido dado a chance de terem os cuidados que necessitavam na fase em que lhes podiam ser úteis”, frisou.

De acordo com Pedro Varandas, Portugal tem poucos pedopsiquiatras, insuficiência de instalações para receber as crianças e adolescentes mais graves e poucos enfermeiros para o fazer.

“Tudo isto tem de partir desta base muito pequena para uma mais alargada para podermos oferecer os cuidados que estas pessoas precisam na hora certa, para que, depois, as coisas não descambem para um desfecho que, depois, não tem recuperação”, sublinhou.

O Encontro Nacional da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Menta, que arrancou esta quinta-feira, 7 de fevereiro, numa unidade hoteleira de Coimbra, é subordinado ao tema “Psiquiatria e Neurociências: O corpo, a pessoa e o cérebro. Dualidades e reducionismos”.

Segundo o vice-presidente da SPPSM, o evento conta com a participação de 450 a 500 especialistas e vários oradores internacionais e inclui um curso sobre a nova legislação de interdição e inabilitação de pessoas.

Fonte: Lusa

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