SANGUE

Alunos inquiridos num estudo dizem que não dão sangue por medo

Quase metade dos estudantes universitários de Coimbra que participaram num inquérito sobre dádiva de sangue afirmam que não dão sangue “por medo”, revela um estudo da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (UC).

Alunos inquiridos num estudo dizem que não dão sangue por medo

SOCIEDADE E SAÚDE

A FOME

De 491 estudantes que responderam ao inquérito, apenas 16,5 por cento afirmaram terem já feito pelo menos uma dádiva de sangue, sendo que uma das razões apontadas pelos inquiridos para não dar sangue foi o medo (44,9 por cento), concluiu o artigo científico intitulado “Jovens e Saudáveis mas Relutantes em Doar Sangue”, publicado em dezembro de 2018 na revista “Notas Económicas” da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC), que resultou de uma tese de mestrado de Tiago Henriques.

Questionados sobre as razões para não darem sangue, os estudantes inquiridos justificaram ainda a opção com indisponibilidade (51,2 por cento) e o facto de nunca terem pensado no assunto (52,9 por cento), conclui o estudo.

Cerca de 44 por cento dos alunos não dadores também referiram que pensavam que havia dadores suficientes e que a sua contribuição seria dispensável.

Apesar de um baixo número de estudantes dadores no inquérito, mais de metade (55,8 por cento) tinham ouvido falar de campanhas de dádiva nos meses prévios ao inquérito.

O número baixo de estudantes universitários que participam em dádivas de sangue “não surpreende”, sendo que a percentagem de dadores jovens nos países desenvolvidos “é mais baixa, comparada com as faixas etárias mais avançadas”, disse à agência Lusa a coautora do artigo e orientadora da tese de mestrado, Carlota Quintal.

Segundo a docente da FEUC, os resultados do inquérito também sugerem que os estudantes que estão envolvidos em atividades de voluntariado e associações, e que votaram nas últimas eleições, apresentam uma maior probabilidade de terem sido dadores.

Para Carlota Quintal, os jovens continuam a ter “muitos receios relativamente às agulhas e ao sangue” e é necessário refletir sobre as imagens usadas nas campanhas dirigidas a este grupo etário.

“Alguns não entendem [a dádiva] como uma responsabilidade deles e acham que já existem pessoas suficientes a dar e que não são necessários”, constata, considerando que as campanhas deveriam “aumentar a consciência” de que também são precisos, já que a grande maioria dos inquiridos confia na segurança do processo de dádiva de sangue.

A docente da FEUC refere ainda que as entidades de voluntariado e associações ligadas aos jovens devem funcionar como uma espécie de intermediários nas campanhas de dádiva de sangue.

Fonte: Lusa

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